Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

MULHER

Verso e reverso


Mulher, ente definido sob os mais variados aspectos. Se buscarmos uma conceituação formal, voltada à semântica e a classe gramatical, rememoraremos que se trata de um substantivo feminino que distingue “indivíduo do sexo feminino, considerado do ponto de vista das características biológicas, do aspecto ou forma corporal, como tipo representativo de determinada região geográfica, época etc” e, ainda, mamífero, primata, bípede, sociável, que se distingue de todos os outros animais pela faculdade da linguagem e pelo desenvolvimento intelectual... ser humano. *Imagem: br.freepik.com.

Muito já foi dito sobre a mulher. Muito ainda se tem a dizer. Os incontáveis aspectos que envolvem o universo feminino põem em relevo a diversidade entre homens e mulheres que, rotineiramente, resultam em desigualdade. Do mesmo modo, as lutas por Direitos; a violência contra elas; a função reprodutora; o trabalho dentro e fora dos lares... e de outra ordem,  a moda, a beleza, a estética, a saúde, o amor e muito mais, mostram, no dia a dia, o desafio de ser Mulher. *Imagem: entreaspas.blogspot.

Propõe-se uma breve excursão sob um período riquíssimo para a humanidade e, em especial, para A MULHER. Tão significativo que transformou o mundo, desconstruiu verdades eternizadas, criou nova identidade, se opôs a política de exclusão. Enfim, sinalizou saberes diversos na guerra, muitas vezes silenciosa, entre homens e mulheres. *Imagem:pixabay.com


Quem não recorda do Feminismo? Muito embora possa causar certo mal estar, em face de alguns caminhos aparentemente necessários a início, quem tem mais de 40 anos, certamente lembrará algum fato que de tão marcante confunda-se com o Movimento em si. A intensidade das ações, fixou nas retinas imagens que até hoje estão gravadas, atreladas à sensação de embate, choque, relacionadas à devastadora onda que invadiu o mundo feminino.* Imagem: ivanoe50anos.blog.spot


Corria a década de 70. Anos difíceis.  A Ditadura Militar se fazia presente em cada espaço da Sociedade. Entretanto, o texto é breve e como tal não adentra questões que desembocam em vitimizações específicas, torturas sob o eixo das relações familiares, desencanto, abandono, traição entre companheiros - quer no terreno do inimigo e/ou no âmbito do lar, das relações afetivas – , ou ações que ecoam até os dias atuais, revelando condutas torpes, antes, tidas e havidas como heroicas. *Imagem:catracalivre.com.br

No Brasil “o feminismo” assumiu um direcionamento político local e uma postura diferente, afastando-se do ideal de igualdade legal. O repúdio à virgindade, ao casamento, ao comportamento tradicional que produzia rótulos como “rainha do lar”, “ Amélia”, “mulherzinha”, tornou-se bandeira de luta e, também, forma de opressão a aquelas que insistiam em vivenciar sua existência na forma até então cultuada e preservada. Não havia permissão para escolha. A Sociedade e as Feministas se igualavam na pressão sobre as demais. * Imagem: bolsademulher.com.


As mulheres lutaram em contexto político, social e cultural historicamente adverso. Havia exacerbação no falar e no agir, muitas passaram a professar a luta armada, a negar a essência feminina e a maternidade,  despiram-se de toda e qualquer forma de vaidade. Muitas passaram a imitar os homens naquilo que refutavam: a ausência de sentimentos, o sexo livre como desforra, sob um pseudo entendimento de usar o outro. *Imagem: cafefeminista.wordpress.com.
Lembro que no ano de 1973, a divisão entre “mulherzinha e feminista” me horrorizava. A visão de axilas cabeludas; seios soltos sob as camisetas; o desprezo por perfumes, maquiagens, roupas e sapatos, tudo o que denotassem feminilidade; o afastamento da família, vista como elemento desagregador da ideologia; o discurso contundente, proferido por mulheres que se travestiam ostentando silhueta e gesticulação masculina, feriam profundamente sonhos e certezas acalentadas com muito amor. *Imagem: br.123rf.com.
 A reverência à família, o respeito ao casamento, a certeza de que teria filhos – do ventre e/ou do coração, a natural vaidade, jamais me afastaram dos clássicos embates sociais, dos relatos envolvendo lutas de classes, da consciência social e política. Ser feminina não me tornou alienada. Pensar num companheiro, para dividir sentimentos e viver a plenitude de meu lado mulher, também não me fez ausente. Enxergar a necessidade de romper barreiras, encontrar espaço e reverter atrasos sempre foi possível, com ou sem salto alto e batom. *Imagem: br.123rf.com.
Não me envergonho. Enquanto ouvia de colegas universitárias um discurso repetitivo dos males do capitalismo, das benesses do comunismo, pesava, media e via, que no fundo, em quaisquer das ideologias sugeridas, uma parcela mínima dos atores sociais preocupava-se, verdadeiramente, com a sociedade, com a liberdade de escolha, com o conhecimento, esse, realmente, libertador. *Imagem: pixabay.com.



Agradeço a essa mulheres, anônimas ou famosas, que foram imoladas no terreno da luta armada, corporal. Igualmente, rendo homenagens as que queimaram sutiãs, recusaram-se a fazer depilação, engrossaram a voz na tentativa de se fazerem ouvir, lutaram por Direitos. Vocês foram admiráveis, conquistaram espaços e nos deram condição de professar e sentir orgulho, felicidade, de ser MULHER, sorrir, sonhar, amar, ser filha, ser mãe, se posicionar diante da sociedade sem o vício da mesmice. *Imagem: pt.slides.net


Vivemos um novo tempo onde cada um pode ser como realmente se sente. Obrigada. Quem bom, podermos usar batom, o salto alto, o perfume sem culpa. Expressar amor pela vida e pelas pessoas sem preocupação de crença, opção política, sexual sem o peso de represálias. A consciência de sermos cidadão nos faz multiplicadores da contestação a toda forma de opressão, a negação de Direitos, seja de onde for, venha de onde vier. Somos parte dessa história. *Imagem:secretariamunicipalmarilai.blog.spotcom


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

FANFARRICE VERSUS MAGIA


A VOLTA DE MERLIM


 
O que está acontecendo em nossa Pátria? Contorce-se em dores semelhantes as do parto, sem sequer saber o que vai resultar de tamanho sofrimento. Tudo parece estar absolutamente fora da normalidade. As greves pululam, as cores parecem sombrias, aquele jovial jeito de ser, aquela brasilidade, está cada vez mais longe de nós.*Imagem: brasiliaacimadetudo.com.


 Há uma corrente elétrica percorrendo a sociedade. O alunado se choca, perplexo, ao saber que precisará de 5 (cinco) anos para recuperar o tempo perdido com a greve de mais de 4 (quatro) meses das Universidades Federais. O INSS claudica após 2,5 (dois meses e meio) de greve, revendo atendimentos não realizados, calculados em aproximadamente 1.000.000 (um milhão) e que deveriam ter sido executados a partir de julho de 2015, trazendo um enorme prejuízo aos usuários. *Imagem:sindsep.org.br.



Os Correios também tiveram a sua greve e muitos pagaram caro pela ausência dos serviços - essenciais à grande parte da população -, prestados pelo órgão. Os Bancos, senhores absolutos e que guardam a "mola mestra" dos nossos dias - o vil metal -, ostentam seu poder de fogo deflagrando uma greve que revela toda a impotência de um Estado em decadência.* Imagem: humorpolitico.com.br



A Política de degeneração do Estado, enquanto sociedade politicamente organizada, se reflete em quase todos os setores dessa nação plúrima, que se reveza entre ricos e miseráveis, demonstrando diversos Brasis nesse Brasil. Entretanto, e de forma inusitada, na desordem atual, há um sentimento estranho e diverso,  quase uniforme, que nos coloca vagando, com olhares desesperados, em busca de uma tábua de salvação.*Imagem: dicionariodeexpressoes.com.br.


Tudo sugere a derrocada. Como prêmio à Administração da atual gestão, o Brasil perdeu a classificação de Bom Pagador. O rebaixamento da nota de crédito, pela Agências especializadas, retira do País o Selo que definia sua condição, isso em função da redução da meta fiscal do Governo. Mas, não há uma  preocupação consistente, no sentido de  salvar o País, a corrida é para salvar o pescoço. A ordem do dia é coligar, barganhar, usar cargos como moeda de troca e, acreditem: "castigar os senhores Ministros com a terrível companhia dos que viajam nas classes econômicas. Seria trágico, não fosse cômico.  * Imagem: altamiroborges.blogspot.com.


Os indicadores de desenvolvimento buscam Países mais comprometidos com a seriedade. O desemprego em alta, as  contas públicas em duelo mortal com a corrupção, a ausência de investimentos em setores vitais ao crescimento, a volta da inflação, a alta dos juros,  a má gestão econômica e, sobretudo, políticas públicas equivocadas e populistas, destinadas unicamente a trazer aliados para a defesa da Presidência, imprimiram peso para que houvesse uma permanente impunidade a um grupo nada seleto, nada ético e muito menos, interessado no Povo Brasileiro. *Imagem: empreendimentoweb.com.br.

Alguns fatos sinalizam, ainda, a possibilidade de piora do País na comunidade internacional. Em dezembro de 2014, o Brasil, entre 175 (cento e setenta e cinco países) analisados, ficou no 69º (Sexagésimo nono) lugar, no ranking mundial da corrupção, conforme relato elaborado pela ONG - Transparência Internacional. Isso sem o brasileiríssimo “lava a jato”. Imagem: igepi.org.


Onde ficaremos na relação de Dezembro de 2015? No cenário da atual Política Nacional não podemos cultivar esperanças. A Presidente ostenta a incômoda condição de ter pedidos de impeachment contra o seu Mandato, capitaneados por Jurisconsultos ilustres. O Presidente do Senado é Réu em Ação promovida pelo Ministério Público Federal, tendo por fundamento fático  suposta prática de improbidade administrativa. O Presidente da Câmara Federal, esperneia,  mas não consegue evitar pedido de cassação do seu mandato, no  Conselho de Ética do Órgão. Esbraveja.  Todavia, as denúncias de que Cunha abriu contas na Suíça, supostamente abastecidas de forma ilegal, toma força a cada momento. ENQUANTO ISSO CRESCE A NEGOCIAÇÃO ENTRE A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA E O PLANALTO.....QUEM SALVARÁ QUEM?* Imagem: skyscrapper.com...


A violência cresce assustadoramente. Os grupos se revezam na crueldade. Os assassinatos surgem de todos os lados. Adultos comandam facções criminosas dentro e fora de presídios. Adolescentes comprazem-se em arrastões, roubos, furtos, lesões corporais, estupros e não raro, envolvem-se em homicídios. A Saúde, tal qual a Segurança pede socorro. As filas quilométricas demandam meses para a realização de exames que podem fazer a diferença entre viver e morrer. Obras públicas paralisadas por toda parte. A Educação tornou-se madrasta e a Pátria Educadora, uma piada.


 
Um antigo orgulho brasileiro, a seleção Canarinha, como se embriagada, cambaleia aqui e acolá, cai de quatro ante a Alemanha, desce a ladeira e amarga o 5º (quinto) lugar no último ranking da FIFA... Não se sustenta, perde, ganha, perde... Continua aos tropeços, diferente de tudo o que conhecemos, tentando chegar a Rússia em 2018 para Copa do Mundo. * Imagem:pt.depositiphotos.com.


Ah, enganei-me. Resta um conforto, podemos voltar à infância, aos livros através dos quais viajávamos sem sair de casa, quem sabe irmos a Nottingham, exatamente a Floresta de Sherwood, onde Robin Hood, tira dos ricos para dar aos pobres. Pena que Robin de Loxley tenha sido passado de geração a geração como lenda. Pena que essa nova “versão” sugira todos no mesmo barco: O Príncipe dos Arqueiros, João Sem Terra, o Xerife, até Lady Marian, todos; pilharam, traíram, retaliaram seus antigos aliados e amigos. *Imagem: thinkstockphotos.




Nunca se viu uma magia igual: pedaladas fiscais transformadas em fonte de sustentação de programas sociais. Considerando que tudo ficou atemporal e não se guarda qualquer correlação com as lendas, até porquê mudam de século de acordo com o narrador, chega-se à conclusão de que Merlim ressuscitou! Mais baixo, atarracado e sem o brilho do antigo bruxo. Tira da cartola (ou será cachola?) mais uma de suas fanfarrices. Coisas do Brasil. *Imagem: northerninsight.blogspot...




Aos vencedores os despojos. Quase uma Lei natural no estado de guerra. Aos brasileiros, a falta de vontade política em acertar resulta, em tempos de Paz, no nada, na negação, sequer sobram os espólios.