Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

SÃO JORGE GUERREIRO

DEVOÇÃO AO SANTO




Falar sobre santidade é um desafio para a grande maioria das pessoas. É claro, existem aqueles que conhecendo a história de criaturas bem aventuradas, que viveram sua humanidade segundo os preceitos religiosos, discorrem com propriedade e eloquência sobre os de sua devoção. Há, também, registros que de alguma forma despertam  o pesquisador, o historiador ou simplesmente o "crente", motivando-o a reproduzir atos, fatos, devoção. * Imagem: hblog.com.br



Escolher um "Santo" para venerar, quase sempre tem origem na infância, na memória familiar. Normalmente os parentes passam às crianças sua fé, suas crenças,  sua maneira de ver e reverenciar o sagrado. Essa formação, essa oferta continuada nas famílias cristãs, que trazem o Divino para as suas mesas, seus quartos e suas consciências, incute, de tal forma, a ideia de um SER SUPREMO que, pelo resto de suas vidas, ainda que seus filhos ou netos se afastem do culto religioso, jamais esquecerão do DEUS humanizado. E mais, a cada tropeço, algo dentro do cristão relembrará suas faltas, seu distanciamento, no aspecto da religião o que, invariavelmente, levantará dúvidas. * Imagem: luizmotivador.com.br.

Reconhecer a santidade de homens e mulheres, sentir-se sob a proteção de um Santo ou uma Santa, é um ensinamento particular da *Igreja Cristã: Católica Apóstolica Romana bem como Igreja Otodoxa. Nenhuma outra religião faz essa junção. Jacques Leclercq, no Mistério do DEUS-HOMEM, trata a "Encarnação como o Maior de todos os acontecimento, o mais prodigioso que já se deu no mundo...". Em seu relato, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade - o Verbo -, se fez carne e existe na história da humanidade um homem que é Deus..". O ser humano não poderia conhecer fenômeno mais importante que esse.Tanto é assim, que o EU SOU se constitui num divisor radical na história do HOMEM, o antes e o depois do Cristo. *Imagem: cleofas.com.br.



Desse modo, o Rei dos Reis tornou-se humano e cercou-se de humanidade. Sua divindade possibilitou que o ser humano, de coração aberto para os mistérios do Sagrado, pudesse, pela vontade de Deus, comungar dessa "qualidade", para nós mortais, representativa da Santidade, reconhecida e declarada pela Igreja. Assim, homens e mulheres adquiriram, em potencial, condição de  participarem do Divino. Tornarem-se membro da corte celeste. Na segunda epístola de São Paulo aos Efésios está escrito: "Deus sempre nos abençoou e nos escolheu em Cristo para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença, no amor." * Imagem: cultura.culturamix.com.



Assumida a ideia da santidade, falar sobre um Santo,  sentir-se motivado a descobrir as origens e os fatos que determinaram a santificação de alguém, pode surgir  a partir de inúmeros fatores que vão desde acontecimentos pessoais ou  uma linha de estudos, ou ainda, através de um catalisador que tenha trazido à tona, de uma forma mais terrena e midiática, a divindade. Nesse contexto tem-se as necessidades pessoais, a saúde, a felicidade...,  as datas comemorativas de cada um e da própria Igreja,  as alusões nas Mídias, as catástrofes... enfim, várias opções. Imagem: ipsw.org.b.


Pois é, aos 23 de Abril, a Igreja Católica celebra o dia de São Jorge. Santo Guerreiro, cuja apresentação não deixa dúvidas. Afinal, não é para qualquer um ser representado  como "matador de dragões". É muito? Não. São Jorge não conheceu limites terrenos. Não se prendeu ao Oriente, a que é atribuída a sua origem.  A crença e devoção a São Jorge espalhou-se mundo a fora, somando adeptos em todos os Continentes. *Imagem: entrei.com


Festejado e celebrado, São Jorge é Padroeiro de Portugal, Reino Unido, Catalunha, Lituânia,  Geórgia e Bulgária. Além disso no Canadá, em Newfoundland e em Adis Abeba, na Etiópia, há celebrações pelo dia a ele dedicado. No data a ele consagrada, a Catalunha, em comemorativo simbolismo, junta uma rosa e um livro. A tradição une o acontecimento religioso, a rosa como símbolo do amor e o livro como materialização da cultura. Considerado um dos mais notáveis entre os militares santificados, imortalizado no imaginário popular como matador do dragão,  São Jorge, tornou-se um um dos mais queridos santos da Igreja Cristã. *Imagem: www.catalonia.com.br.


Mas não é só isso. São Jorge guerreiro parece iluminar  caminhos. Seja nascido na Capadócia ou na Palestina, onde estão seus restos mortais. O que fica de verdade é a devoção que ultrapassa continentes, séculos, direcionamentos dogmáticos. Segundos os registros, Jorge foi  um homem nascido há 1.700 anos, mas especificamente em 280 D.C, antecedendo a Maomé e ao Islã.  Ainda jovem, vivendo uma realidade sem muitas opções, tornou-se, mais um soldado a serviço de Roma. 



No contexto de testemunho e defesa da fé e de seu credo, sem que fosse necessário o sacrifício de nenhuma pessoa, o jovem Jorge enfrentou a fúria do Imperador Diocleciano, foi torturado, enterrado vivo e tendo sobrevivido aos seus algozes, sofreu o martírio da decapitação. Sua força moral, sua resistência e, sobretudo, seu amor a Deus o tornou Santo, converteu a Imperatriz e fez com que, por ordem de Roma, lhe fosse construído um mausoléu. *Imagem: gloriososaojorge.blogspot.com



A história continua. São Jorge viaja incólume por esse tecido invisível chamado tempo. Venceu a divisão da Igreja, sobrevivendo ao Cisma, permanecendo Santo em ambas as correntes doutrinárias. Foi do Oriente ao Ocidente, conquistou a Europa tomando por devotos pessoas de todos continentes.  Ungido no sincretismo que reuniu a Igreja Católica e religiões Africanas, transitava das salas das sinhás às cozinhas das mães negras; das senzalas e seus batuques aos mosteiros, igrejas e ambientes nos quais as músicas sacras eram entoadas por colonizadores. *Imagem: elizabethdiniz.blogspot.com


No Brasil Colônia a escravidão fez surgir a miscigenação de religiões. O português,  tradicionalmente Católico, quando da colonização brasileira, catequizou os índios, moradores originais da nova colônia e, com a visão do conquistador, buscou um terreno aparentemente fértil para a religião junto aos negros saudosos de suas liberdades. Esses, porém, senhores de suas crenças e tradições religiosas, Ubanda, Candomblé... conseguiram ludibriar os europeus promovendo um sincretismo religioso que vige até os dias de hoje. * Imagem: awuré Portal de mídia afro. 



A sensibilidade e argúcia do povo escravizado transformou a orixá Iansã em Santa Bárbara; associou Exú a Santo Antônio; Oxossi a São Sebastião; Ewá, orixá da chuva, a Nossa Senhora das Neves; Iemanjá pode ser a Virgem Maria e/ou Nossa Senhora  dos Navegante; Oxum é Nossa Senhora da Conceição; Oxalá é associado a Jesus. Ogum é São Jorge. Cada orixá foi associado um um Santo, com isso os escravos cultuavam e seguiam fiéis às suas crenças, metamorfoseada e, bem debaixo dos olhos do colonizador. * Imagem: awure.jor.br


Esse Santo que de tão versátil parece brasileiro, com sua passagem rápida pela terra, tendo sido imolado aos 27 anos, deixou uma imagem jovem, forte, com brio e disposição para a luta. Sua inabalável  Fé em Deus, sua garra, confiança e destemor deram identidade ao SANTO GUERREIRO. Nada mais justo que um dos mais belos estado da federação o tenha adotado como Patrono. São Jorge brilha como poucos no imaginário e na fé do povo Carioca. É o padroeiro, extra oficial, do Rio de Janeiro onde,  a  população o coloca em igual patamar a São Sebastião, também militar, martirizado e Padroeiro oficial da cidade. *Imagem: noticias.uol.com.br.



Por vezes o contato do povo brasileiro com esse santo é quase material. São Jorge está na música,  na televisão, na pintura, escultura, na arte em sua diversidade. O nosso povo tem uma história de amor e devoção com São Jorge. Amado e invocado em preces e necessidades, foi transformado em guerreiro espacial. Não é que os brasileiros colocaram São Jorge como morador da lua? *Imagem:ralphbraz.blogspot.com.


Todavia a morada lunar faz parte do sincretismo religioso do povo brasileiro. O santo guerreiro, São Jorge, corresponde a Ogum, orixá da guerra, com energia masculina e que por tais razões busca as vibrações femininas da lua. Essa a explicação do ancestral africano para a "imagem" de São Jorge na Lua. Amado, intensamente, foi transportado até a lua que é poeticamente dos namorados e, novamente, somos levados aos elementos masculino e feminino. *Imagem: sambazayres.wordpress. com



Não resta dúvida, ninguém como o Brasileiro concilia o sacro e o profano, a lenda e a História, a fé e a mitologia - basta observar o mito de Sigurd, o caçador de dragões da mitologia nórdica,  e a figura de São Jorge em seu cavalo branco, com a lança em riste enfrentado o dragão que ameaçava a donzela indefesa. Pela magnificência da fera e passividade comandada pelo medo de toda a população, Jorge e Sigurd, opondo-se, caçando e abatendo o mal,  revelam-se heróis invencíveis e semelhantes.


SÃO JORGE PODE TRANQUILAMENTE REPRESENTAR, NA TURBULÊNCIA DE NOSSO PRESENTE, A ESPERANÇA DO TRABALHADOR BRASILEIRO CONTRA O DRAGÃO DA CORRUPÇÃO. VEM SÃO JORGE, COM CAVALO, LANÇA E TUDO, DEVOLVE-NOS O PORVIR ROUBADO DE NOSSAS CRIANÇAS, DE  NOSSO JOVENS. SALVE JORGE! *Imagem: Amor e Fé Oficial (@amor_amor_Fé....)

Não dá para resistir :

ALMA DE GUERREIRO
Seu Jorge


Jorge vem de lá da Capadócia

Montado em seu cavalo
Na mão a sua lança
Defendendo o povo do perigo
Das mazelas do inimigo
Vem trazendo a esperança

Jorge, nosso povo brasileiro
Tem alma de guerreiro
Não cansa de lutar

Enfrentando um dragão por dia
Na sua companhia
A gente chega lá

Olhando para o céu eu sou capaz de ver
(Salve Jorge!)
Na lua
Tropeçando, levantando sempre com você
(Salve Jorge!)
Na rua

Olhando para o céu eu sou capaz de ver
(Salve Jorge!)
Na lua
Tropeçando, levantando sempre com você
(Salve Jorge!)
Na rua



segunda-feira, 11 de maio de 2015

MEMÓRIA O NOSSO HD

REFAZENDO CAMINHOS - NOSSO BAÚ


Todos, no mínimo, uma vez na sua existência, refaz seus passos, os caminhos percorridos, sem a preocupação de que  traduzam ou não coisas boas. É algo característicos dos seres humanos. Alguns acontecimentos têm o dom de sacudir as pessoas e despertar a memória realizando um caminho inverso e mágico. Um chão de estrelas, um raio de luz. *Imagem: euemeucaminho.com.blogspot.


Pois é, nada mais saudosista que as festividades de Natal, Réveillon, Aniversário, dia das Mães, dia dos Pais e encontro de colegas de formatura, de colégio, reuniões de família. Invariavelmente ressurgem pessoas das quais não temos notícias, daqueles que se foram, de sonhos da infância, adolescência, faculdade...enfim, uma nostalgia suave, gostosa. *Imagem: red-steps.blogspot.com.



Retroceder no tempo e no espaço é uma faculdade da qual os sensíveis não abrem mão.  Reencontrar-se, municiados por informações guardadas em dois nichos fantásticos: o cérebro – nosso HD e,  no coração – o baú de nossos sentimentos, não tem preço. *Imagem: pausaparacrescer.wordpress.com.


Com esses equipamentos voltamos ao passado, visualizamos  o futuro, fantasiamos o presente, tudo isso sem pagar passagem, mas rendendo tributo ao que se desenrola diante de nós. Se é algo triste, nos enchemos de melancolia; caso seja uma passagem alegre, um sorriso se desenha em nosso rosto; quando lembramos amores passados, nosso olhar se enche de mistérios e algumas vezes um sorriso maroto insiste em nos denunciar. *Imagem: emivanis.com.br



Algumas ocasiões são muito presentes em nossa retina, muito embora tenham acontecido há anos. Lembro como se fosse hoje de algumas passagens interessantes e que fazem festa no meu HD e brincam com o meu baú de emoções. *Imagem: mdemulher.abril.com.br.


Quando adolescente, as tardes de Domingo eram especiais.  Os jovens de minha geração circulavam pelo anel interno da lagoa e a paquera corria solta. Diferentemente de hoje, ninguém “ficava”, apenas nos acostumávamos com a figura do outro. Era o olhar que buscava, o coração que disparava, o rubor - agora tão desusado - a deixar em fogo as maçãs do rosto, a timidez que aflorava e nos deixava confusas. *Imagem: feita-de-coisas.blogspot.com



Desses passeios guardo um acontecimento que hoje me causa riso. Na lagoa, "Parque Solon de Lucena", passeando com minha irmã Socorro e amigas do Lins de Vasconcelos, cruzamos com alguns colegas. Tudo normal, comum. Eu era a última, caminhava quase no meio fio, quando passamos pelos meninos senti que algo roçara a minha mão, não entendi. No segundo encontro, um deles parou e estendeu a mão, naturalmente respondi o cumprimento, surpresa: o colega enfiou um bilhete em minha mão e ainda piscou pra mim. KKKKKKKKK, namoramos uns meses... *Imagem: welcome.com.br

 
Do convívio com meus irmãos lembro-me de muitos momentos curiosos. Certa feita, estávamos jantando (papai e mamãe ainda não tinham chegado da padaria) e surgiu, não sei de onde, uma história sobre uma tampinha de garrafa. Um dos irmãos jogou-a para trás. Acontece que, para nosso espanto, a tampinha voadora atravessou a grade, passou por cima do muro, caiu no prato de um dos vizinhos.* Imagem: copanacozinha.blogspot.com.


Suspense total. Ouvimos os gritos: um dizendo que fora o outro irmão que jogara a tampa em sua sopa. A briga rolou, ouvimos gritos e sons típicos de socos e de coisas caindo no chão. Permanecemos em silêncio, temerosos que alguém se desse ao trabalho de reconstruir a rota do objeto inesperado. Graças a Deus que a briga ofuscou uma possível investigação. Ficamos assustados pois não houvera nenhuma intenção de provocar o incidente. Passado algum tempo, o fato tornou-se motivo de risos*Imagem: reportesmessias.blogspot.com.



A lista é extensa. Uma ocasião, íamos para o colégio, a pé, era perto de casa e não havia os riscos de hoje. Na esquina de nossa casa tinha um rapaz que não conhecíamos. Quando passamos ele beliscou minha irmã e cinicamente saiu andando como se não tivesse feito nada. Ela abaixou-se rapidamente, tirou o sapato Vulcabrás e arremessou, certeiramente, nas costas do indivíduo que estatelou-se no chão. *Imagem: gartic.com.br.


Gente o pior ainda aconteceria. A noite quando ficávamos conversando com a turma da rua eis que chega o RIDÍCULO. Antes que fosse dito qualquer coisa, um dos amigos apresentou a peça: seu irmão que morava no Rio de Janeiro e estava passeando. Acreditem, o cara morava encostado à nossa casa. Ficou um clima terrível até entendermos que ele não falaria. Era adulto e sabia que errara. Nunca conseguimos sequer conversar com a criatura. Jamais falamos sobre o assunto com o irmão que era nosso amigo.* Imagem: síndicoprof.blogspot.com.



Tem ainda o caso de uma senhora que encontramos quando íamos para a loja de D. Menininha, mãe de nossas amigas Lúcia e Glória. A madame estava frente ao Banco do Estado em Santa Rita, era cedo. Estava exageradamente maquiada, com sombra verde, batom vermelho, uma roupa com brilho – cetim -, sapatos altíssimos e um cinto que “estrangulava” sua cintura. Éramos crianças mas, nossa idade já permitia saber que era falta de educação rir dos outros, entretanto não conseguimos segurar o riso: rimos, rimos e rimos. * Imagem: betmichel.com.br.



Gente, moleza é um negócio esquisito. Fomos à loja, compramos uma roupinha para Fábio com a ajuda de D. Menininha e voltamos. Vocês não imaginam o susto. Em nossa casa, muito bem sentada, conversando com papai e mamãe estava a senhora, devidamente acompanhada do marido. Foi triste. Descobrimos que ela era casada com um amigo de papai, gerente de banco. Não sei o que ela disse, sei que ficamos de castigo. Mesmo assim, quando ninguém estava por perto, o riso ecoava. * Imagem: blogdoarcoriris.blogspot.com.br



Em casa nos divertimos muito. Principalmente na infância quando éramos vizinhos de Seu Paulo e D. Lourdes, pais de Roberto Furtado. Nossos pais não nos deixavam brincar na rua, exceto quando um adulto podia permanecer. Assim criamos um mundo à parte. Os livros eram praticamente devorados. o que líamos, usávamos em nossas brincadeiras.* Imagem: condesdalousaazevedo,blogspot.com.br.




Com roteiros imaginários promovíamos desfiles de modas, de misses;   peças de teatro. Gostar de pular corda, jogar amarelinha,  vôlei e tênis de mesa (a nossa mesa era oficial) era algo comum entre nossos amigos e amigas. O ping pong, como era chamado, foi uma das paixões de papai. Os meninos, além dos esportes citados, também jogavam futebol, faziam guerra de mamona, colecionavam álbuns de figurinhas e gibis. * Imagem: conteudoteatral.com.br.



Socorro, a mais nova das irmãs, adorava bonecas. Tinha tudo da Estrela. Eu nunca gostei. Assim divertia-se com suas “filhas”, brincando, entre outras amiguinhas, como Emilinha – irmã de Eunice Celani. Eu tinha pavor das bonecas, com seus olhos fixos e sem vida. À noite me dava ao trabalho de virar todas para a parede. Para mim não era estranho, era a diferença entre dormir ou não. Cada um com sua neura. * Imagem: carinteriordesign.net.



As comemorações em família eram esperadas ansiosamente. O dia das mães e dos pais eram oportunidades para extravasarmos o nosso amor, nosso carinho por quem se desdobrava para nos nutrir emocional e fisicamente. Os presentes, inicialmente comprados por papai, passaram a ser escolhidos por ele e Paula, que os distribuía. Ao acordar íamos juntos presentar mamãe. Eram dias de alegria, amor e paz numa família muito bem estruturada.*Imagem:portaltaiacuonline.blogspot.com.


Esse “Dia das Mães” ativou o meu HD e o meu baú. Sacudiu minha memória e escancarou meu coração lembrou Vovó Beatriz, Mamãe Quetinha, Tia Nevinha, Tia Nena e tantas outras que já se foram. Como é bom sentir esse gostinho de simplicidade, de verdade, essa emoção típica de família, reunindo pessoas essenciais às nossas vidas. Há dois anos, por ocasião da passagem de um Dia das Mães manifestei o meu desejo de poder dar a de presente a minha mãe "MARIA LUZIA" "um cartão de "saúde", com crédito ilimitado  e sem data de vencimento. AINDA CONTINUO PENSANDO ASSIM E A CADA DIA FICA MAIS NECESSÁRIO ESSE CARTÃO.




Esse dia das mães trouxe de volta uma linda canção.

MAMÃE

TOQUINHO

Ela é a dona de tudo
Ela é a rainha do lar
Ela vale mais para mim
Que o céu, que a terra, que o mar

Ela é a palavra mais linda
Que um dia o poeta escreveu
Ela é o tesouro que o pobre
Das mãos do Senhor recebeu

Mamãe, mamãe, mamãe
Tu és a razão dos meus dias
Tu és feita de amor e de esperança
Ai, ai, ai, mamãe
Eu cresci, o caminho perdi
Volto a ti e me sinto criança

Mamãe, mamãe, mamãe
Eu te lembro o chinelo na mão
O avental todo sujo de ovo
Se eu pudesse
Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo

Ela é a dona de tudo
Ela é a rainha do lar
Ela vale mais para mim
Que o céu, que a terra, que o mar

Ela é a palavra mais linda
Que um dia o poeta escreveu
Ela é o tesouro que o pobre
Das mãos do Senhor recebeu

Mamãe, mamãe, mamãe
Tu és a razão dos meus dias
Tu és feita de amor e de esperança
Ai, ai, ai, mamãe
Eu cresci, o caminho perdi
Volto a ti e me sinto criança

Mamãe, mamãe, mamãe
Eu te lembro o chinelo na mão
O avental todo sujo de ovo
Se eu pudesse
Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo

(Dorme, dorme, filhinho)