Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

domingo, 22 de março de 2015

FLAMENGO SEM LÉO MOURA

 MEU MOICANO FAVORITO
Mulher, Mãe, Avó, Esposa, Advogada. Nada em absoluto sugere qualquer intimidade com um aspecto tão popular, quanto masculino, que é o Futebol. Ledo engano. Desde menina me acostumei a ouvir, junto com o meu pai, por um pequeno rádio portátil, as partidas do Belo. * Imagem: quatro4dois.com



Quem é paraibano sabe que assim chamamos o Botafogo, nosso querido time, fundado em  1931, sendo um dos mais tradicionais de nosso Estado. Com meu Pai comecei a ir ao campo, numa época em que eram poucas as mulheres que se arriscavam. As cadeiras cativas, dele e de amigos, davam uma certa proteção.*Imagem: diáriopb.com.br 


Pois é, assim como fui despertada para essa fantástica máquina de fazer ídolos, também segui os seus sentimento quando me apaixonei por seu time. O Botafogo/Pb, tornou-se alvo de minha predileção. Acontece que descobri  outros amores de meu Pai. Em São Paulo o time de sua preferência era o Santos - do rei Pelé - assim ele se referia a aquele que lhe deu tantas alegrias.* Imagem: torcidaemcampo.blogspot.com



Realmente um amante do futebol, Papai também elegeu outros times como preferenciais. No Rio de Janeiro sua opção recaiu no que inspirara seu homônimo nesta Capital das Acácias, sendo assim, também naquele Estado, torceu pelo Botafogo, o carioca que, igualmente, trouxe-lhe muitas alegrias.* Imagem: blogandocomoclaudio.blogspot.com


É mais nessa hora não acompanhei meu Pai. Meu coração, apaixonado pelo rubro negro do pavilhão paraibano, vibrante como o sangue que corre em minhas veias, falou mais alto. Corpo e Alma, coração e mente, um amor talvez até sem aparente explicações, espontâneo e tranquilo, assim como descobri o esporte, encontrei o time de meu coração. *Imagem:flamengorj.com.br



Não canso de vê-lo, de vibrar com suas conquistas, sofrer com suas quedas e me emocionar quando ressurge vitorioso. É quase visceral, perfeitamente traduzido: "Uma vez FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO. Flamengo sempre eu ei de ser." *Imagem: mascotemania.com.br


Meu Pai foi liberal no que diz respeito ao Futebol. Em nossa casa tínhamos Botafoguense, Vascaínas, Flamenguistas e até quem mostrasse interesse pelo Auto Esporte em João Pessoa e, América do Rio de Janeiro. Vivenciamos nossos interesses cada um com sua preferência. Entretanto o respeito recíproco não impedia o dono da casa de muitas vezes me acordar, rindo e dizendo: "vem ver teu time apanhando". Ria e virava meu rosto, tentando dormir, lembrando que logo cedo teria que levantar para ir à faculdade. Já fora um sacrifício ir dormir sem ver o jogo...  . *Imagem: flamengonoticias.primeiro.penta.net



Entretanto, a proposta inicial foi falar sobre " Meu Moicano Preferido". Certamente, para muitos, o "Moicano" é tão somente um corte de cabelo. Conta a História da América do Norte que os Moicanos ou Muh-ele-kun-ne-Tuck, foram encontrados a partir de 1609, habitando a região do Rio Hudson. O nome Moicano foi traduzido como "das águas que nunca param quietas". Eram moradores das florestas, viviam em estruturas chamadas de Wigwams. Esses indígenas  encarregavam as mulheres de cuidar das plantações e dos filhos. Os homens, caçavam e guerreavam. * Imagem: magmode.wordpress.com


Os historiadores conflitam quanto aos motivos da  ausência dos cabelos nas laterais e conservados na parte central da cabeça daqueles peles vermelhas. Alguns afirmam que esse aparato era para guerra, outros que os meninos, quando aproximadamente com 15 anos, arrancavam os fios laterais, conservando tão somente um rabo de cavalo ou uma nesga centralizada tal qual uma crista, que poderia ser curta, espetada ou comprida. Ambas as orientações não deixam dúvidas quanto a simbologia: bravura, independência, luta. Os Moicanos se tatuavam e usavam algo semelhante as calças masculinas. *Imagem: comunidadeoriente.blogspot.com



Talvez a característica mais marcante desses índios norte americanos, a que foi explorada pelos conquistadores, tenha sido esse estilo belicoso. A História registra a luta dos índios Moicanos contra a ambição e a sede do do homem branco pela posse das terras que, inclusive, levaram os grupos indígenas a lutarem uns contra os outros. Tidos e havidos como ferozes e bravos foram dizimados, muito mais pelas armas e pelas doenças trazidas pelos invasores que pelas lutas entre si. * Imagem: uolesporte.blogsfera.uol.com.br



O resgate do estilo Moicano iniciou com o Movimento Punk que eclodiu na década de 70. As bandas: The Exploited (britânica) e The Plasmatics (americana) ostentaram, por seus líderes, o visual moicano. Não podemos perder de vista que a adoção de tal aspecto, naquele momento, tinha a conotação de contrariedade ao que estava estabelecido pela sociedade. O movimento primava por esse aspecto de contra cultura.*Imagem: vermesdamadrugada.blogspot.com


O Moicano que tenho em foco é bastante diferente. Lembro de um guerreiro vestido de rubro negro, magro, estatura mediana, cabelos impecavelmente alinhados à moda moicano. Por uma década líder, mesmo quando sem a braçadeira de capitão. Asas nos pés, determinação nos dribles e Flamengo no coração.*Imagem: globoesporte.com


Ver Léo Moura jogar com raça, magnetismo que o tornava gigante, deu à posição - lateral direito - rosto e identidade. Mesmo o anti-flamenguista o reconhece e respeita. Titular, a partir de sua chegada ao clube, conquistou a torcida que acostumou-se a ver Léo Moura defendendo " o mais querido", em 500 (quinhentos) jogos. Marca alcançada em outubro de 2014.*Imagem: flamengoatemorrer.10.com.br


Leonardo da Silva Moura, não é apenas um nome no coração dos Flamenguistas. Numa sucessão de boas lembranças, impossível esquecer a dupla de laterais formada por Léo e Juan que, literalmente, infernizou a vida de muitos jogadores, com sua velocidade e resistência; ora apoiando no ataque, ora cruzando, ora na defesa minando o avanço do adversário. E, até mesmo, fazendo gols.*Imagem: assisnoticias.com.br



Figura inesquecível. Chegou à Gávea em 2005, já em 2006 conquista o seu primeiro Título profissional, com   a Copa do Brasil. Numa atuação que agradava cada vez mais,  foi eleito o melhor lateral direito do ano, corria o ano de  2008 quando, numa fase muito boa o Flamengo foi campeão da Taça Guanabara e Carioca. *Imagem: bandeirantes820.com.br



Ídolo, foi decisivo na conquista do Quinto Tricampeonato Carioca pelo rubro-negro em 2009. Numa interação que escreveu seu nome na história do clube, nesse mesmo ano o mais querido conquistou o hexacampeonato brasileiro, sendo esse o primeiro título brasileiro do incansável Moicano. Em 2010 recebeu a braçadeira de capitão e chegou a 300 jogos pelo time que aprendera a amar.*Imagem: laizaeperlla.blogspot.com


Nos anos que se seguiram destacou-se pela regularidade construindo sobre si uma aura de responsabilidade, competência, credibilidade e liderança. Como ocorreu com outros jogadores no Brasil, mesmo em forma e dando tudo de si se viu envolto numa indisfarçável tensão a respeito da sua renovação contratual. Como sempre pautou seu comportamento no clube de forma tranquila, sem atribuição de culpas ou de qualquer outra coisa, mesmo com seu contrato renovado até o fim de 2015, optou por deixar o clube com honra, brilho e carinhos dos torcedores.* Imagem: esporteuol.com.br



Muito me marcou a saída de Léo Moura. Embora entenda que no nosso País, o profissional de qualquer área, se torne repentinamente pouco rentável com a idade, independentemente de estar realizando suas atividades de forma normal. Não posso deixar de ressaltar que as tardes de Domingo perderam um pouco de seu brilho... * Imagem: www.gazetapress.com.br



Uma imagem ficou gravada na minha retina. Um pai que saia do campo, sem sequer ver a homenagem que seria prestada à seu ídolo, o seu filho, um garotinho aparentando sete a dez anos, chorava convulsivamente  e não suportava a ideia de ver Léo tirar, pela última vez a camisa do Flamengo. A televisão mostrou, os repórteres tentaram, nada influenciou a emoção que brotara espontânea.* Imagem: flamengo.com.br



Sinto pelo jogador, pelo ícone, pela figura carismática.  Léo Moura que deixou o Flamengo no dia 04, quando recebeu uma Placa em sua homenagem, entregue por Zico, num jogo contra o Nacional do Uruguai, foi aplaudido e ovacionado por 30.000 pessoas. Saudade, 10 anos de gávea e incontáveis admiradores, após 519 jogos, 47 gols. * Imagem.esportesterra.com.br




Todavia, as notícias são boas. Ainda corrente o mês de Março Léo Moura foi oficializado pelo Fort Lauderle Strikers dos Estados Unidos. Começa bem. Irá usar a camisa 10 e o marketing que vem recebendo trata-o como líder, maestro, segundo a Diretoria. *Imagem: blogs.lancenet.com.br


Obrigada Léo Moura, por tantas alegrias, tanto compromisso e equilíbrio. Que Deus guie os teus passos nessa nova jornada. Quanto ao Flamengo, mais uma vez nos encheu de ALEGRIA! Isso com o MARACANÃ COM MAIS DE 50.000 pagantes.

Um brinde a você!

quinta-feira, 19 de março de 2015

ALEXANDRE NERO O ATOR

A ROUPA PRETA DO COMENDADOR

A televisão brasileira tem se destacado no exterior por seu jornalismo, empreendedorismo, autonomia de expressão,  capacidade de chegar ao povo brasileiro desde as esferas mais carentes, às classes mais abastadas. Nesse particular, a Rede Globo de Televisão que, em suas novelas - das melhores tramas até às mais desastrosa  - tem transitado em imaginárias "altas sociedades", vivenciado o dia a dia do homem comum, a saga dos sem teto, dos sem terra e, inclusive, dos sem futuro e sem esperança. Tudo isso sem esquecer as lutas de classes, de gênero, opções religiosas, sexuais e até a classe política.*Imagem: pt.dreamstime.com


Em intrincados contextos, resta ao telespectador uma difícil missão: A arte imita a vida? Ou a vida imita a arte? Para os mais atentos e nesse segmento incluo os filósofos - geralmente olhados como etéreos que estão quase sempre distanciados da realidade - faço questão de registrar os magníficos contornos criados pelas nuvens, a formação de pássaros em pleno voo, as esculturas de bolhas formadas a partir da quebra de ondas nas praias, a superposição de matizes no verde das matas, os labirintos formados por raízes e cipós e tantas outra obras de arte ditadas pela natureza e, observadas por quem se dispõe a vê-las. Existentes independentes de serem notados ou não. Arte pura, dissociadas da mente e da mão humana.* Imagem: brasilescola.com


Na última semana tivemos o fechamento de mais um ciclo novelístico. A novela Império, da já falada TV Globo, da autoria de Agnaldo Silva,  teve seu último capítulo levado ao ar na sexta-feira, 13 de março. Coincidentemente mais uma (sexta feira 13) num ano apenas começado. Com um elenco excelente tivemos a oportunidade de conferir interpretações primorosas, com destaque para Alexandre Nero, Lília Cabral, Leandra Leal, Caio Blat, Paulo Vilhena, Drica Moraes,  Othon Bastos, Paulo Betti, José Mayer, Ailton Graça, Carmo Dala Lavecchia e Zezé Polessa, entre outros. *Imagem: pagina1news.com.br


A novela que se desenrolou num verdadeiro vale tudo em busca de Dinheiro e Poder, mostra relações doentias ditadas por personagens - movidas por desrespeito,  ambição desmedida, apegos, ausência de ética, exigências, imoralidades e, em determinados momentos, falta de senso crítico. Segundo a Wikipédia - Enciclopédia Livre houve a seguinte leitura: 1º. " A trama teve média de 32.8 pontos, e é a segunda pior audiência do horário, atrás apenas de Em Família". 2º. Em seu penúltimo capítulo a trama bateu recorde de audiência com 44 pontos e 67% de participação em São Paulo e 47 pontos com 71% de participação no Rio de Janeiro. O último capítulo teve média de 46 pontos, e 70% de participação em São Paulo." * Imagem: sissisemprine.com



Não há como ignorar que o autor Agnaldo Silva, dessa feita, ousou no quesito desconstrução da Família. Vimos transmutar na telinha, valores até bem pouco tempo defendidos com unhas e dentes pelo tão sofrido povo brasileiro. Assim, tivemos o dissabor de constatar situações esdrúxulas onde conviviam, sob o mesmo teto, pais, filhos, amante da mãe, amante do pai e um ex marido da mãe, que tramava contra a família em conluio com um dos filhos. Tem mais, pais que empurravam sua única filha para prostituir-se, fato que foi minorado com a boa índole da moça que se envolveu e amou, até o final, um homem casado, rico e bem mais velho, porém sem a conotação de exploração. *Imagem: ros aleonor.blogs



As relações entrelaçadas traziam outras pérolas. Um chefe de família com um passado envolto em névoas, a um só tempo passional e frio. Passional na medida que expressava suas paixões independentemente de quem fosse atingido por tal acontecimento, desafiando tudo e todos. Desse modo, mostrava acintosamente seu amor, sua indiferença e seu desamor em relação a cada filho. Frio, na sua vitoriosa trajetória, modifica o centro de sua atenção elegendo a filha, que desconhecia ter, como sua predileta, sua sucessora, praticamente desprezando a que anteriormente era reconhecida como favorita e candidata a sucedê-lo à frente da Império. *Imagem:otvfoco.com.br



Não fosse suficiente, José Pedro, o primogênito do casal,  entrega sua mãe - que não conhecia limites ao defendê-lo - ao filho do ex-marido daquela, como parte de sua vingança. Também, enreda em seus tentáculo vingativos a sua esposa, armando para que ela caia nos braços do que se tornara amante de sua mãe. Finalmente, esse inusitado  modelo filial tenta assassinar seu pai até que o consegue, na terceira tentativa. Não posso calar. Me questiono: tal emaranhado de intrigas é criatividade ou direcionamento? Sim, porque num momento de tantas bandeiras desfraldadas vai que, de repente, o casamento torna-se alvo de maciça propaganda subliminar. Pode ser. *Imagem: mcquadrangular.blogspot



Em minha inadequada mania de observar e analisar as coisas, ainda me surpreende as constantes construções privilegiando a mentira, dominações, a inversão de valores, manipulações, a ausência de ética, a ambição desmedida, homicídios, assassinatos por encomenda...UFA. Volto a me questionar: essa enxurrada de atitudes desonestas, infames, extremas e negativas, contribui de que modo para a juventude que aí está?



Mas, as divagações certamente não traduzem o resultado obtido pelo autor ou pela emissora. Me proponho ao desafio de mudar o curso desse texto, acreditando em algo bom, em superar dificuldades ditadas por minha incapacidade de adequação ao que parece ter se tornado lugar comum no dia a dia. Pois é, resta-nos algo de bom a ser salientado: AS ATUAÇÕES. *Imagem: profcorelio.blogspot.com



Tenho absoluta certeza de que muitos odiaram e ao mesmo tempo nutriram sentimentos contraditórios, inclusive, pena, em relação á incoerente Maria Martha (Lília Cabral). Misto de vilã e pateta, capaz de suportar as traições do marido, esperando, um dia, tê-lo como troféu. Não pensem que só esperava, divertia-se com "Maurílio", personagem de Carmo Dala Lavecchia, que se mostra sórdido, capaz das mais cruéis baixarias, sendo figura central na vingança de seu "pai", o impecável Othon Bastos que enganou a todos com sua pseudo adoração a "Imperatriz". 



Impagáveis, também, o "Téo Pereira" de Paulo Betti; afetadíssimo e, por vezes dotado de uma irresponsabilidade a beira da insanidade. Afeito ao sensacionalismo nada lhe importa, exceto os cliques, porém, sem perder o charme. José Mayer na pele de Cláudio Bolgari, cerimonialista disputado na alta sociedade carioca, homem incapaz de lidar com suas paixões e que divide-se entre sua "esposa" Beatriz ( Suzy Rego) e "Leonardo", jovem aspirante a ator e que se torna  seu amante; ainda nesse núcleo os conflitos de Cláudio com o filho elitista, homofóbico e descontrolado "Enrico Bolgari", numa composição convincente de Joaquim Lopes. Redimido nas últimas semanas. *Imagem: biancavasques.com



A mulher também teve sua cota de maldades e alienação. Drica Moraes fez uma Cora odiada e mortal. Como anti-mãe, dotada de todas as mazelas morais, numa grande atuação de Zezé Polessa, Império trouxe Magnólia. Mulher destrambelhada, com fixação em dinheiro e poder; vivendo de golpes, faz vista grossa ao filho - que se prostitui - e pressiona a filha a se dar bem explorando o amante.  Surpresas à parte, revela-se mais humana quando gasta todo o dinheiro obtido em apostas de cavalos, decidindo viver unicamente para seu marido - Severo, diagnosticado, no penúltimo capítulo,  com o Mal de  Alzheimer.*Imagem: diariodonordeste.verdesmares.com



No núcleo bom - marcantemente de pessoas do bem - falta dinheiro e sobram solidariedade, determinação, honestidade,  garra, amizade, fidelidade, esperança, humor e até uma certa dose de ingenuidade. Aplausos para a atrapalhada "Xana Summer", vivida por um  Ailton Graça, estereotipado e tão humano quanto é possível ser. Mas e para não deixar passar a oportunidade, apesar do charme do personagem,  o autor  forja um casamento onde, mais uma vez a família atirada à lata de lixo. Xana, sua esposa e o ex-noivo dessa, num declarado triangulo amoroso, dividem a mesma casa, o mesmo quarto e até o beijo de Antônio. O  que decididamente, não condiz com a seriedade e importância do matrimônio, enquanto sacramento e na forma Constitucionalmente instituída. *Imagem: letrasuneb2009blogspot.com



Palmas para Leandra Leal que deu corpo e alma a  "Cristina Medeiros", fruto de um amor proibido de sua mãe com o cunhado, pobre, honesta e determinada, conquista o amor de seu pai, provoca a ira de seus irmãos e da madrasta, para, a final, superar todas as barreiras, se fazer respeitar, casar com o homem de sua vida e continuar na Império. Na escassa lista dos bons não poderia faltar "Ismael", vivido por Jonas Torres que é morador de rua, dotado de virtudes a toda prova. Casado com "Lorraine", trambiqueira compulsiva e que numa visão maniqueísta resgata seus erros, tornando-se... uma "pessoa" melhor. * Imagem: Kogut.oglobo.globo



E como esquecer Paulo Vilhena que magistralmente interpretou um pintor esquizofrênico, homicida e que tendo comprovada a sua deficiência mental, convivia em presídio comum lado a lado com criminosos das mais diversificadas tipificações penais.  Com um desempenho forte, gradativo, "o doidinho Salvador" repetidas vezes roubou, literalmente, a cena, tornando impar o trabalho do ator.* Imagem:tvcanal17.blogspot.com



Com uma conduta asquerosa, um dos personagens mais fortes ficou ao encargo de  Caio Blat, como filho mais velho do Comendador, cujo caracterização reuniu, numa só pessoa, uma índole má, pervertida, gananciosa,  homicida, fria, cruel, capaz de roubar, trair, encomendar e cometer assassinatos. Com uma interpretação capaz de causar nojo e ódio aos telespectadores, não há como se deixar de reconhecer o grande ator que  encarnou "José Pedro". *Imagem: noticiasdatv.uol.com



Como acontece em grande parte das mídias  e que têm sido um recurso utilizado nas novelas, a "revelação" aqui também ficou para o final. Inconteste a comunicação entre Alexandre Nero e o público. Com um personagem enigmático, ora cafajeste ora cavalheiro, capaz de suscitar em minutos "amor e ódio", apresentado como homem sedutor e dotado de "uma boa pegada", o Comendador José Alfredo conseguiu tornar-se mais um sucesso do performático ator. Brilhando na telinha na pele do homem de preto, encantou a todos no show anual do rei Roberto Carlos, a vontade, solto, fez dueto sua majestade.* Imagem: epoca.globo.com



Arrancando suspiros diários, com generosas insinuações de seu "desempenho sexual", o "Comendador" passou a povoar o imaginário de um público cada vez mais apaixonado.  O desempenho de Alexandre Nero deu credibilidade a criação de Aguinaldo Silva, superando seus defeitos morais, sua arrogância e machismo fazendo com que O COMENDADOR passe a integrar a galerias de personagens imortais, boas ou não, como Odorico Paraguaçu, Zeca Diabo, Senhorzinho Malta, Ravengar, José Inocêncio, Jorge Tadeu, ROQUE SANTEIRO, Giovanni Improta ...* Imagem: nilsonxavier.blogsfera.uol.com.br




Nunca o preto caiu tão bem numa "CRIATURA". *Imagem: extra.globo.com


O Comendador deixa saudades. Mate seu desejo vendo ALEXANDRE NERO degustar uma "Proibida", a cerveja, é claro. Na telinha.

sexta-feira, 13 de março de 2015

TURISMO RURAL / ECO TURISMO


TURISMO EM CAMARATUBA/PARAÍBA


A cada dia as expressões "Turismo Rural e Eco Turismo" ganham força ante a população urbana das cidades de médio e grande porte. O corre-corre, o trânsito quase sempre engarrafado,  a poluição sonora, as fisionomias pouco amistosas que encontramos diariamente  nos percursos rotineiros, cobram de nós válvulas de escape que nos recarreguem com energias positivas. 

Com o olhar voltado para "a selva de pedra",  há muito acompanho nos noticiários, locais ou não, a multidão que, diariamente, é tragada pela "loucura coletiva" de deslocar-se nas metrópoles, enfrentando verdadeiras batalhas  no que  se refere à essa tal mobilidade urbana. Por vezes urge a necessidade de "esticar" a visão até mais não poder.


Seja utilizando as vias públicas como pedestres ou mesmo utilizando transporte particular ou público, o traslado para o trabalho, a escola, as compras, o passeio, a visita...  é quase sempre sob pressão. Pouco importa se a rotina é curta ou longa, se a pé ou utilizando veículos pequenos ou não, se ônibus, metrô ou qualquer outro meio de transporte, o enfrentamento diário é um desafio cada vez mais tortuoso. Ainda quando visível a pressa nos impede de contemplar a beleza da natureza.



Não é fácil. As superlotações, o desconforto, as distâncias, desrespeito, ausência de requisitos básicos de cidadania, produzem uma crescente insatisfação. Entretanto, faz tempo que convivo com a curiosidade sobre o nosso pequenino Estado da Paraíba, diga-se, deveras tentador a quem sucumbe diariamente às mazelas da tão malfazeja imposição ditada pela sobrevivência nos grandes centros. Graças a Deus podemos conviver e/ou sonhar com algo diferente.


Pois é. Nosso Estado de lindas praias, gastronomia variada e cheia de sabores, povo receptivo e hospitaleiro, tem, também, recantos quase que inexplorados, principalmente pelos Paraibanos, onde é possível transitar desde a prática de naturismo à sofisticação de campos de golfe e/ou os tão atuais ecoturismo e  turismo rural.


É claro que como tudo que se torna modismo, tais modalidades de turismo vêm fazendo seguidores e tomando feição predeterminada, assim temos: "Ecoturismo é o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações". Fonte MTur *Marcos conceituais)



O Turismo Rural, além do comprometimento com as atividades agropecuárias, caracteriza-se pela valorização do patrimônio cultural  e natural como elementos da oferta turística no meio rural. Assim, os empreendedores, na definição de seus produtos de Turismo Rural, devem contemplar com a maior autenticidade possível os fatores culturais, por meio do resgate  das manifestações e práticas regionais (como o folclore, os trabalhos manuais, os “causos”, a gastronomia), e primar pela conservação do ambiente natural. * Fonte - WIKIPÉDIA - A Enciclopédia Livre.


Com absoluta certeza a grande maioria dos leitores jamais ouviu falar no Distrito de Camaratuba, um pedacinho especial na Paraíba, onde o verde reina absoluto e está encravado o Camaratuba Hotel Fazenda, com acesso no Km 18 da BR 101, sentido Paraíba - Rio Grande do Norte, a apenas 1 Km da rodovia. Um lugar no qual o homem e a natureza entram em comunhão.  Ali o sossego, o repouso, completam-se numa equilibrada simbiose proporcionada pela interação ser humano e meio ambiente.


Se você busca conforto da cidade na fazenda, irá se encantar com  uma estrutura onde apartamentos  climatizados podem abrigar até mesmo 5 (cinco) pessoas, dotados de decoração harmonizada com o ambiente externo, aparelho de TV  com tela plana, a cabo. Área conectada à internet.


Distando aproximadamente 80 (oitenta) kilometros da Capital, João Pessoa, o Hotel Fazenda Camaratuba se oferece aos olhos dos visitantes como um espaço propício à interação com a natureza e à meditação, ao tempo em que  deslumbra os que ali chegam pela diversidade de opções de lazer, que vão desde trilha ecológica, passeio a cavalo ou de charrete, touro mecânico, pedalinhos na forma de maravilhosos cisnes, barco a remo e pesca.


Não pensem que para por aí. Os adultos  têm ainda diversão e aprendizado garantidos com a visita ao engenho onde há a fabricação de cachaça, ou a visita a casa de farinha e ao engenho de rapadura. Um trenzinho puxado por um trator assegura mais uma novidade: banho no rio Camaratuba, com direito à cascata. Ainda, nesse trenzinho os hóspedes são levados para conhecer a comunidade local, no passeio estão incluídos a igrejinha e, o tradicional caldo de cana com pão doce. Esse último, tradicional aos moradores de pequenas cidades nordestinas. 


Para quem realmente quer só moleza,  pode escolher  ser massageado na banheira spa (hidromassagem), com espaço para um grupo pequeno. Fazer sauna. Ficar com seus amigos num carteado, jogar pebolim, sinuca ou divertir-se no karaokê.


As crianças recebem tratamento especial. Além do espaço fantástico para quem vive a acostumado a limites, o hotel fazenda coloca à disposição dos pequenos, playground, cama elástica, jogos e brincadeiras. Os maiores e dados a aventuras  podem  arriscar na tirolesa e fazer escalada no paredão, ou não fazer nada, usufruir das piscinas e se deixar inebriar pelos ruídos da mata, do vento e o perfume das flores.



Caso, alguém que já se esbaldou opte por descontrair um pouco,  pode tomar água de coco de papo para o ar, balançando numa rede ou mesmo usufruir de uma gostosa espreguiçadeira.


Façam um regime prévio. Com certeza o peso irá mudar. O Camaratuba Hotel Fazenda tem uma cozinha regional deliciosa. Não há como fugir. Refeições servidas a partir do toque do sino, numa agradável alusão ao pasto. Um café da manhã cheio de frutas e iguarias típicas como tapioca, cuscus, arroz doce, queijo coalho e de manteiga, banana frita, bolo de milho, de mandioca, de chocolate, bolachas variadas, inclusive a paraibaníssima "soda", uma bolacha macia, cor de chocolate a cuja receita – rica em ferro, é adicionada rapadura;  pãezinhos....hummmmmmm.


O almoço um escândalo. Arroz da terra, feijão verde e preto, macaxeira frita, galinha de capoeira ao molho pardo ou, simplesmente cozida. Bode, pirão, legumes cozidos, saladas cruas. Peixe, frito e cozido. Carnes, linguiças, comida de primeira. Sucos e sobremesas simples e gostosas. O jantar também se revela um atentado às cinturas e as silhuetas.


Some-se a tudo isso uma sucessão de matizes verdes, natureza pródiga e rica. Um rio com nome igual ao distrito. Animais silvestres; cavalos e éguas; carneiros; gado bovino; pavões, gansos, patos, galinhas, enfim, um quadro campestre celebrando a poesia, a beleza, a paz que vem da natureza viva. Preservar, manter o equilíbrio dos ecos sistemas: todos ganham a vida agradece.

PAZ, SAÚDE E AMOR