Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

OPRIMIDO DE ONTEM, OPRESSOR DE HOJE


SABE COMO É?


O tempo passa, mas algumas coisas insistem em permanecer as mesmas. Apenas os atores mudam. O mais chocante na inversão dos papéis é que os substitutos, que perseguiram  os palcos e ali  chegaram após anos de lutas, esqueceram rapidamente seus discursos críticos, supostamente renovadores e éticos, passando a pensar e agir como os seus antecessores a quem censuravam e atribuíam à condição de tiranos, algozes, exploradores do povo brasileiro.


Tenho lido bastante, procuro estar em dia com a realidade que me cerca. Observo a guerra ininterrupta que o Governo Federal – leia-se: a cúpula Petista e aliados,  trava com algumas de nossas mídias. No quesito Revista de distribuição Semanal, os líderes têm especial desapreço pela Revista VEJA, publicada pela Editora Abril, criada em 1968 pelos ícones do Jornalismo brasileiro Roberto Civita e Mino Carta.


Quando o assunto é televisão, o PT volta suas baterias contra a Rede Globo que se constitui num pool de emissoras afiliadas,  inaugurada em 16 de abril de 1965 tendo na sua Presidência o aguerrido Jornalista Roberto Irineu Marinho e cuja instalação e inicio de funcionamento culminou um processo iniciado “em 1951,  durante o Governo de Eurico Gaspar Dutra” quando o “Jornal Globo requereu sua primeira concessão de televisão”. A rede levou ao ar, entre outras matérias, a acima documentada...


Se constata, ainda, a ira governista, contra o Jornal Folha de São Paulo, cujo papel tem sido, juntamente com outros setores da imprensa nacional, o de fazer uma oposição ao que se revela contrario à liberdade de expressão, isso inserido de forma clara nos repetitivos ensaios do Governo Federal em impor seu domínio  sob a imprensa e os jornalistas, de um modo geral. Não podemos olvidar o patente desejo de “Venezuelização” que parece ditar a política brasileira.


Por outro lado é impossível não lembrar algumas bandeiras ideológicas defendidas, até pouco tempo, pelo PT e partidos de mesma linha. Nessa seara é chocante a mudança radical dos que, hoje, governam o País. É importante trazer à memória que durante anos a fio, esses que no presente buscam colocar mordaças na Imprensa e no Ministério Público,  são os mesmos que gritaram, esbravejaram e se rebelaram contra a censura prévia e/ou qualquer forma de controle e cerceamento na liberdade de expressão.


Chama a atenção, inclusive, dos desavisados de plantão, as reiteradas manobras governistas no sentido da criação de obstruções à função precípua do Jornalismo, que se legitima quando isenta de coerção e na qual convive a diversidade de princípios, doutrinas e óticas. A regulamentação do que pode ou não ser publicado é crime contra a Democracia e contra o nacional de qualquer País. 


Vale a pena ressaltar que política de controle da imprensa não é novidade do Governo Dilma. A idéia tosca teve início com o "inocente" Lula, embasado num projeto do Jornalista Franklin Martins, na ocasião Ministro da Comunicação. Coincidente e perigosamente, esse Jornalista, conforme matéria publicada na Folha de São Paulo, edição de  20 de fevereiro de 2014, reuniu-se na data de ontem com a Presidente, todavia o assunto discutido não foi divulgado. É melhor prevenir que remediar. Não esqueça: controlar a imprensa fere de morte a Constituição e a Nação Brasileira. País livre se faz com uma imprensa livre independentemente de diferenças ideológicas. 
 

Apesar da inspiração tirânica Chavista, ao que tudo indica, cresce a lista dos “veículos de comunicação combativos e por isso mal vistos”. A Jornalista Ruth Aquino, na Revista Época, Edição Especial, datada de 17 de fevereiro do corrente ano, firma-se na defesa e conscientização das populações,  em brilhante artigo intitulado “TIRANDO A MÁSCARA” e, nos alerta  que: “O CAPUZ DE CAIO E O VOTO SECRETO NO CONGRESSO ESCONDIAM QUEM SABOTAVA A DEMOCRACIA”.


Em sua primorosa linha de raciocínio, livre de amarras e compromissada apenas com sua ética, pontua a máscara e o voto secreto como disfarce daqueles que não querem assumir seus atos diante da sociedade e da opinião pública. Assevera: “os que agem assim são sabotadores da Democracia” e que, cometem “delitos de consciência escondidos no escurinho da máscara, na proteção do anonimato”. Elucida também: são “assaltantes da esperança num País melhor”. Discorre sobre a atualidade, afirmando que "uns ganham R$ 150,00 (Cento e cinquenta reais), quentinhas e vale-transporte, outros ganham milhões de dólares e a gratidão de poderosos."


O artigo refere-se, ainda, a necessidade de ser parado o “Ciclo da Violência e da Ignorância acobertadas e financiadas por quem quer ver o circo pegar fogo. Chega de Black blocs e white blocs mascarados! Chega de mártires como Amarildo e Santiago! E chega de corrupção premiada.”


Impressionante a lucidez da análise realizada por RUTH AQUINO que lança, também, um grito de “BASTA” ao que denominou caça de jornalistas. NUMA ESTATÍSTICA ASSOMBROSA informa que “de Junho de 2013, quando começaram as manifestações públicas... até aquela data, houve 118 casos de violência contra jornalistas. Isso inclui agressões e prisões indevidas. 


Do total informado, 88 atos de violência partiram de policiais, e 30 de manifestantes. Em 60% dos casos, as agressões não foram aleatórias. A notícia esclarece por ocasião das agressões  "o Jornalista se identificou. De nada adiantou. Ao contrário. Ao se identificar, o jornalista tem se tornado alvo – e isso demonstra o medo das autoridades e o desconhecimento de parte da sociedade civil sobre como a imprensa realmente trabalha no Brasil.”


Não há como ignorar a terrível sensação de engodo que nos surpreende a cada momento. Como aceitar e ver normalidade num Congresso que manteve na sua composição um Deputado condenado e preso? E mais explícita ainda se torna a vergonhosa manobra quando o referido parlamentar é cassado, na primeira sessão realizada com voto aberto, numa flagrante confissão da traição perpetrada de forma indecorosa contra os eleitores, contra a sociedade, contra mim, contra você, por  Representantes eleitos pelo voto popular.

Pois é, não deixem o Carnaval tomar conta de tudo e de todos. Brincadeiras, diversões são necessárias e equilibram o dia a dia. Mas, precisamos ficar atentos, até mesmo para que ao passar os efeitos da folia alienadora a ressaca não nos revele danos de difíceis reversão. O reinado de Momo poderá nos oportunizar reflexões e, quem sabe, nos mostrar como andamos sem rumo em determinados momentos. 


Que tal ler Ruth Aquino? Quem sabe refletir sobre a nossa perniciosa tolerância a atitudes que sabemos ilegais e abusivas?  Sabe como é, não foi comigo ou com você, então será que devemos ficar tranquilos? Testemunharmos, em pleno 2014,  uma torcida racista emitir guinchos simiescos a cada vez que o jogador Tinga tocava na bola nos classifica como? Que País é esse que cala - porquanto não exige punição - ante tão deplorável atitude? Até quando vamos assistir passivamente a estupidez e a violência orquestradas em nossas praças e vias públicas?

É, os Governos, em maciça maioria, não estão muito preocupados. Está aberta a temporada de reeleição. Não há espaço para muita coisa. A sensação é de que a sujeira será varrida para debaixo do tapete. As fissuras serão coladas com promessas solidamente amarradas;  os esgarçamentos cerzidos com acordos recheados de vantagens; as traições premiadas com as mais atrativas moedas de troca: Cargos Públicos, concessões e outros "mimos". 




Uma voz insistente parece soprar nos meus ouvidos deduções a cerca de pré-candidatos e ela me diz o seguinte sobre os nobres pretensos parlamentares:  Por que deveríamos nos  preocupar com um povo que insiste em não pensar e se deixa conduzir? Pense, não doí.  Você pode surpreender-se  com os resultados. Inclusive, rememore: você escolhe a Revista e o Jornal que quer ler, a Televisão que quer ver, os Políticos que quer eleger. Mas, você não escolhe o primeiro, o segundo, o terceiro ou qualquer escalão que compõe o poder. Igualmente, você não decide Políticas Públicas. Assim, são, no mínimo, quatro anos a menos ou a mais no caminho de nos tornarmos a Venezuela brasileira.



7 comentários:

PERSEVERÂNÇA disse...

Maria minha querida! que postagem excelente!
Premio de leteratura para você, muito bom seu artigo.
Feliz sexta-feira
Nicinha
Super abraço

Anônimo disse...

Lourdes tempo difíceis e ao que parece a tendência é complicar com a aproximação das eleições. Concordo com você em relação a política interna com DILMA e seus aliados. Também vejo Nicolas Maduro como uma continuação piorada de Chaves. Infelizmente o PT só sabe fazer oposição, ser governo é algo diferente para eles, é como se fossem sócios do tesouro e usam a coisa pública como se fosse continuação de suas contas bancária. O povo deveria dar o troco nas urnas, o seu texto mostra uma realidade impossível de ser ignorada. Muito bem escrito. Ótimo.
Valesca

pensamentosnoespelho disse...
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Anônimo disse...

Lourdes
Pelo andar da carruagem algumas pessoas se julgam donos dos partidos políticos, das ideias e dos ideais. E o pior, as urnas parecem submissas ao bolsa família que exige renda de menos de 70,00 por pessoa da casa e ao bolsa presidiário que tecnicamente é o auxílio reclusão e que paga 915,00 para filho de presidiários até 5. Enquanto isso o trabalhador sofre o mês todo para receber o salário mínimo, as estrelas do PT arrecadam mais de 1.000.000,00 em uma semana e a Presidente seria eleita no primeiro turno. O que é isso, lavagem cerebral, burrice ou a coisa está rendendo mais do que se sabe?

João Francisco/João Pessoa

pensamentosnoespelho disse...

Como sempre, um texto muito lúcido e bem escrito.

Impressionante perceber o que está diante todos que fingem não ver, não escutar, não saber, ao melhor estilo Lula. Infelizmente a descrença do povo em si mesmo é tão grande quanto a indignação diante das descaradas ações dos poderes públicos.

Imprensa sem voz e sem vez é, desde o PRIMEIRO MANDATO de Lula, o sonho do PT. A história recente do país tem exemplos de sobra do que é um país sem imprensa livre. Parece que não basta.

Vivemos hoje estatísticas que mostram que o jornalista brasileiro é tão coibido quanto em países em guerra.

Enquanto o mundo caminha rumo à consolidação dos Direitos, o Brasil segue o pior dos exemplos da América Latina e caminha em marcha ré.

É de responsabilidade de todos nós coibir esta conduta e, de fato, as eleições são a forma mais efetiva desse grito por mudanças. Mas é apenas um dos momentos. Vigilância constante e liberdade de informação são alicerces da Democracia. Não podemos relaxar nisso.

Maria de Lourdes disse...

Bom dia amigos,
Agradeço as atenções e carinho de todos. Para mim é um grande prazer sentir que o que escrevo encontra eco junto a pessoas que são, a um só tempo ocupadas, cheias de responsabilidades, mas que são, também politizadas e integradas a realidade que vivenciamos. Obrigada Nicinha (Perseverança), Valesca, João Francisco, Lilian e Antonio Jesus Batalha que me honra com o seu acesso e comentário.
Muito grata.
Maria de Lourdes