Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O PRÍNCIPE DESNUDO!

A REALEZA EM POLVOROSA.

Pois é, entre outras coisas, fazer parte da realeza, em qualquer circunstância, é estar em evidência. Desde as mais remotas lembranças da humanidade que os reis, as rainhas, os príncipes e as princesas, são envolvidos por uma aura de fascínio que mexe com a imaginação dos súditos, inspirando as mais controvertidas situações.

No imaginário infantil, as estórias românticas de príncipes e princesas, castelos, dragões, bruxos, bruxas, feitiços  e sortilégios, são apresentadas em forma de contos por escritores, a exemplo de Hans Cristian Andersen,  que tem no conto O Patinho Feio o seu maior legado

A pequena ave, desengonçada, era alvo de zombarias dos demais e ao crescer   se transforma num magnífico cisne. Noutro momento o escritor nos mostra como reconhecer uma princesa, através  da estória "A Princesa e a Ervilha", onde uma só semente colocada no leito desmascara a impostura e identifica uma princesa verdadeira, que sente-se machucada com a incômoda presença que castiga a sua pele delicada, mesmo sob vários colchões. 

 Os irmãos Grimm, que encantaram a todos com seus contos como: Chapeuzinho Vermelho a mercê da maldade do lobo e que é salva graças a heroica proteção do caçador;  Branca de Neve e os Sete Anões, cuja protagonista após ser vítima da bruxa má encontra o seu príncipe encantado; Rapunzel, a das longas tranças e de quem se enamorou o príncipe herdeiro; a Bela Adormecida que retrata a saga da princesa Aurora e a felicidade de encontrar o seu “príncipe” na figura do cavalheiro Felipe e, ainda, Cinderela,  sempre castigada por sua madrasta e, a final, resgatada pelo amor do príncipe. Esse conto infantil possui versões dos irmãos Grimm e de Charles Perrault, (a mais conhecida).

A autoria de tais estórias muitas vezes são entrelaçadas. As fontes fornecem autores diversos para a mesma obra, justificando que a diferença de época faz com que elas apresentem nuances que as distanciam e individualizam. 

A paternidade ou maternidade da criação é de menor valia.  O que realmente importa é a magia que respinga sobre os meninos e meninas, jovens e adultos  que, mesmo existindo a Internet, as redes sociais, os games, buscam a fantasia, à semelhança da imaginada por  J.K. Rowling, com Harry Potter, seus amigos, inimigos, castelos, mágicas e criaturas  fantásticas.

O que se dizer da fábrica de ilusões de sagas como: o Senhor dos Anéis e sua triologia: "A Sociedade do Anel, As duas Torres e o Retorno do Rei". A beleza  que sequencia  "As Crônicas de Nárnia", compostas por uma série de sete livros da autoria de Clive Staples Lewis que valorizam e resgatam um mundo onde a pureza, a nobreza de caráter, a bondade e fidelidade são atributos que sobressaem a coragem, o auto sacrifício, a amizade e a honra!

Assim, passam os anos, a sociedade evolui, mudam os costumes mas, é recorrente, a idéia de que os Monarcas e suas famílias possuem  um brilho que os diferencia dos demais. O coletivo humano tem sempre um olhar atento para os membros de uma casa real. Nada é trivial quando se trata de “Majestades”.

Nenhuma casa real tem maior impacto na sociedade Ocidental que a Casa Windsor que retrocede a 1819, com a Rainha Vitória. Num passado não muito distante, alguns personagens reais causaram sensação: em 1936, o Rei Edward VIII, abdicou ao trono para casar com a divorciada norte-americana Wallis Simpson. O mundo a tudo assistiu boquiaberto. Seu sucessor George VI, assume a coroa e reina de 1936  até o ano de  1952.

Sua filha mais nova, a Princesa Margareth, apaixonou-se por um homem divorciado, Peter Townsend, passando a ser alvo de críticas e especulações; pressionada, renuncia ao seu amor e casa-se com o fotógrafo Antony Armstrong-Jones, de quem se divorciou posteriormente, sem ter encontrado a pretendida felicidade.

A Princesa real Elisabeth, primogênita, terceira na linha de sucessão,  que se tornaria a Rainha Elisabeth II, casa-se em 1947, na Abadia de Westminster com Philip,  único filho varão e, quinto e último filho do casal Príncipe André da Grécia e Dinamarca e da Princesa Alice Battenberg. 

O noivo, de origem Greco Dinamarquesa se torna Duque de Edimburgo; o enlace ocorre no pós-guerra, momento de dificuldades da humanidade. A noiva traja um vestido relativamente simples, ornado com símbolos patrióticos. O casal tem quatro filhos, Charles (1948), Anne (1950) esses antes de sua coroação e, Andrew (1960) e Edward (1964).

Elizabeth Destaca-se como a última Rainha que serviu ao exército Britânico, adorada por seus súditos sucedeu a seu pai assumindo o trono desde 1952, tendo, neste ano de 2012 em curso, celebrado o Jubileu de Diamantes, sessenta anos de seu reinado. 

Príncipes e Princesa, os filhos do casal real, não fogem à regra. O primogênito, Charles Philip Arthur George Mountbatten-Windsor, nascido em Londres aos 14 de Novembro de 1948, é o herdeiro do Reino Unido. 

Constantemente foi relacionado a mulheres, entre elas Georgina Russell (filha do Embaixador do Reino Unido na Espanha); a Davina Sheffield, Fiona Watson, a Lady Sarah Spencer, a Lady Tryon (esposa do terceiro Barão Tyron), a divorciada Jane War. Encantou-se com passista brasileira Maria da Penha Ferreira, a Pinah, entre outras.

Charles protagonizou um dos mais belos contos de fada da atualidade ao casar-se, em 29 de julho de 1981, com Diana Frances Spencer, na Catedral de St. Paul frente a 3500 convidados. A Princesa tornou-se uma das mulheres mais elegantes do mundo, admirada por sua solidariedade, empenho no combate a AIDS e na defesa de campanha internacional contra o uso de minas terrestres.  

Em meio a crises públicas, anorexia, choro, internamentos em clínicas,  o casamento do Príncipe e da Princesa de Gales acabou, oficialmente, em divórcio ocorrido em 28 de Agosto de 1996. Da união nasceram William e Harry. A princesa morreu de forma patética, em Paris, no ano de 1997, vitimada por um acidente de carro que matou, também o seu namorado, o milionário Dodi Al-Fayed e o motorista Henri Paul.

O funeral de Lady Diana sensibilizou a todos. Ocorrido em setembro, foi visto universalmente por aproximadamente 2,5 bilhões de expectadores, caracterizando-se num dos acontecimentos mais assistidos da história da televisão. A Princesa foi uma daquelas criaturas que marcam a sua passagem terrena com brilho próprio. Após a morte de Diana, Charles assumiu de forma oficial a até então amante, Camilla Parker-Bowles, com quem se relacionara quando eram ainda casados e cujo romance trouxe escândalo e sofrimento à casa Real.

Anne Elizabeth Alice Louise, filha única da rainha Elizabeth, casou com Mark Phillips, tenente do exército, na Abadia de Westminster. Acredita-se que, aproximadamente, 500 milhões de pessoas assistiram ao casamento pela televisão. Para as núpcias, celebradas em 1973, foi declarado feriado nacional. Sendo a segunda vez em dois séculos que um componente da família real britânica se casou com um plebeu. A Princesa Anne e Mark Phillips tiveram dois filhos: Peter e Zara, porém se divorciaram em 1992.

Andrew Albert Christian Edward, é o quarto na linha de sucessão, casou e posteriormente divorciou-se de Sarah Ferguson. A Jovem e bonita esposa  enfrentou dificuldades desde o início de sua relação com o filho da Rinha. Juntos, os Duques de Iorque tiveram duas filhas: as Princesas Beatriz e Eugênia.

Aparentemente numa relação feliz, menos ritualista e formal, terminaram por sucumbir às obrigações reais que mantinham Andrew longe da mulher e das filhas, nas Malvinas, servindo a Marinha Britânica. Somando-se à distância entre marido e mulher, as constantes críticas à Duquesa de Iorque feitas por membros da Coroa Britânica.

O Príncipe Edward Antony Richard Louis Mountbatten-Windsor; nascido em 10 de março de 1964, Conde de Wessex, é talvez, o mais “distante” entre os filhos da rainha Elizabeth. Alistou-se como os demais na tentativa de cumprir seus deveres para com o reino, servindo no Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha Real Britânica.  

Desistiu da vida militar por sua dureza, recebendo da sociedade altas críticas e a fama de ser um fraco. Envolvido com produções teatrais, foi relacionado a escândalos e suspeito de homossexualismo.

Diferentemente dos outros filhos da Rainha, Edward não quis um casamento na Abadia de Westminster ou na Catedral de St. Paul. Casou-se com Sophie Helen Rhys-Jones, descendente do Rei Henrique II, de França, na Capela de St. George, no Castelo de Windsor, em 19 de junho de 1999.

 O casal tem dois filhos, Louise (2003) e James (2007). Em 2001 foram vítimas de uma farsa quando um repórter, a serviço de um milionário da comunicação de nome Rupert Murdoch, se passa por um dirigente árabe grava uma conversa nada convencional com a esposa de Edward e ameaça chantagiá-la. Para sanar a crise a casa real permite uma entrevista sobre a vida íntima do casal.

Entretanto e mesmo com jovens herdeiros, nenhum dos netos ou netas da Rainha faz sombra aos príncipes filhos de Charles e Diana. O Príncipe William Arthur Philip Louis, o primogênito, bonito, jovem, simpático no trato com a imprensa, queridinho da mídia, desportista, demonstra gosto e facilidade em futebol, rugby, polo aquático, natação e pigeon shoote, tendo sido capitão dos times de hóquei e rugby, quando na escola de Ludgrove.

William casou-se com Kate Middleton no dia  29 de Abril de 2011 na Abadia de Westminster, com uma lista de 1900 nomes e repercussão na mídia mundial. 

O casamento, semelhante aos dos contos de fadas, mostrou uma noiva mais independente, com pensamento e forma própria na condução de seu relacionamento e, um noivo mais atual, muito embora ainda presente todo um ritual comum a tais ocasiões.   Com as bodas, William passou a ser chamado de Sua Alteza Real o Duque de Cambridge. Kate e seu marido enfrentam, entre outras influências, a tradicional pressão pelo nascimento de filhos. O Príncipe está sendo preparado para ascender ao tono.

Kate tem enfrentado situações vexatórias tendo em vista acontecimento envolvendo Pippa, sua irmã e, também, uma prima distante que posou nua.

Com todo o charme e beleza William não trouxe maiores problemas à Casa Windsor. A pimenta, a notícia excitante, a malícia da intimidade desnudada fica por conta de Harry Charles Albert David, de apenas 27 anos, que tem sacudido o fleumático Reino Unido com a sua não convencional maneira de ser.

Terceiro na linha de sucessão do trono do Reino Unido,  HARRY INSISTE EM DESNUDAR-SE. Aos 17 anos teria sido acusado de abusar de álcool e ter consumido maconha. Como toda e qualquer sociedade, a Inglesa, abalou-se ante a notícia . Muitas foram as críticas e, também, as demonstrações de solidariedade, vinculando o fato aos acontecimentos que cercaram o desenvolvimento do Príncipe.

Num contexto de pressão, sofrimento dos pais - presos a convenções e normas ditadas pela casa real -, a anorexia de sua mãe, os falatórios, traições, separações, enfim, a aparente situação de desacerto que cercava a sua família primeira.

Posteriormente se viu Harry, aos 20 anos, novamente, dando margem a polêmicas e produzindo mal estar não somente à tradicional sociedade Britânica, mas a grande parte do Ocidente, ao se apresentar fantasiado com um uniforme nazista, ostentando, presa à manga de sua camisa, a famigerada Cruz Suástica.  

Agravada a desastrada escolha pelo fato de que, tal acontecimento ocorreu poucos dias antes da homenagem que a Rainha Elizabeth faria aos sobreviventes de Auschwitz, em recepção a ser realizada no Palácio Saint James por ocasião do Dia do Holocausto, aos 27 de Janeiro. Na ocasião foi divulgado um pedido de desculpas do Príncipe. 

Sempre sociável, disposto a viver a vida de acordo com a sua idade, Harry, gozando férias nos Estados Unidos, patrocinou e/ou participou, recentemente, com amigos e algumas garotas, de uma festa privada numa suíte VIP do hotel Wynn, aquecida à base de coquetéis, licores e champanhe..., com muito riso, suor, sexo e, uma indiscreta câmara fotográfica, possivelmente de uma das mulheres. 

As fotos mostram a nudez de Harry, seus amigos e as garotas, assim como os contatos físicos e as brincadeiras. Não são posadas, ou artísticas e sim naturais obtidas em momento de privacidade entre adultos. Algumas desagradáveis, outras nem tanto.

As redes sociais detonam fotos e mais fotos. Os “sebosos” permanentemente de plantão se esmeram em produzir textos os mais escabrosos possíveis. A imprensa especializada em escândalos, se delicia com o novo filão aberto. Cresceram as vendas. A plebe rude delira. As propostas descabidas e cretinas ganham dimensão na medida da coragem de seus portadores. A realeza em polvorosa. Mais um escândalo provocado por membro da casa Windsor. Novamente Harry. 


A Rainha se encoleriza, o príncipe consorte, recentemente saído de um hospital, participa e se integra ao doloroso momento; o pai, primogênito da casal real, deixa suas ocupações e junta-se ao grupo.  Ele, o Príncipe destoante, que fora  rapidamente reconduzido de  sua catastrófica diversão, foi admoestado em família no Castelo de Balmoral, na Escócia.  

Mas o que aconteceu? Harry cresceu. O patinho feio tornou-se um homem bonito. Sua virilidade é consciente e faz  aflorar sexualidade.  As fotos não deixam dúvida, o corpo definido do piloto de helicópteros certamente fez a fantasia de muita gente. Não se surpreendam. Creio que a partir dessa  estrondosa farra, realmente, matronas inglesas e de outros países, jovens senhoras e moças casadoiras, dispensarão ao Príncipe um novo olhar. Mais atento. 


Nada mais natural a um homem jovem que se entregar aos prazeres da vida, dentre esses, o sexo. Como ocultar a facilidade e afluência de mulheres e homens sobre ricos e famosos, celebridades do mundo fashion, da sétima arte, da televisão, dos esportes e de tantas outras facetas da sociedade.

Harry, segue seus impulsos naturais. É até mesmo muito contido, educado que foi para não escandalizar mas, humano e, portanto, passível de se deixar levar por “fraquezas”. 

Porém algo mudou no Reino da Inglaterra. O Príncipe divertia-se na companhia de mulheres e homens, adultos, donos de suas vontades. A cidade, Las Vegas, conhecida como o símbolo da diversão adulta. Na suíte VIP – portanto dentro de quatro paredes, abrigavam-se pessoas que ali estavam porque queriam estar. A diversão não foi imposta, os participantes por decisão própria buscavam satisfação, farra. As imagens  obtidas através de uma conduta desprezível. Harry não se expôs fazendo sexo numa rua escura, num parque, numa piscina ou em qualquer local público. Sua privacidade foi invadida, suas imagens lhe foram roubadas.

Os súditos entenderam. Em pesquisa realizada pelo Sunday Times, 68% dos que foram consultados não reprovaram a atitude do Príncipe. E, inclusive, 75% ratificaram seu conceito positivo sobre o jovem piloto de helicópteros da Força Aérea Britânica.

Membros do exército inglês se deixaram fotografar despidos em solidariedade à Harry. Jovens ingleses e de toda a parte do mundo, posam desnudos identificando-se com o Príncipe ruivo traído em Vegas. Até mesmo os tablóides ingleses que publicaram a notícia omitiram as fotos. A exceção do The Sun que, inclusive, fez uma montagem posterior, de uma estagiária e um editor imitando Henry.

O mundo político acostumou-se, ao que parece, com governantes apáticos, assexuados. Assustou-se com a renúncia de um Rei apaixonado; ficou perplexo com o sentimento arrebatador do Príncipe Rainier pela atriz americana Grace Kelly; foi perturbado com a revelação das gotas de Chanel nº. 5 vestindo Marilyn Monroe, para o deleite do Presidente Kennedy; rejeitou outro membro do clã Kennedy que ousou envolver-se com a secretária;  repudiou Clinton que mostrou ao mundo a possibilidade de lidar com grandes questões sem tornar-se impotente. E, em promissoras previsões, divide-se ante a nudez de Harry.


Mais sinceridade. Mais verdades. Bem melhor a nudez de um Príncipe que as constantes investidas e maledicências sobre a masculinidade de membros da família real. O adulto tem o direito de exercer a opção sexual que entender. Sou mulher, natural e conscientemente fiz minha opção pelo sexo oposto, ou como disse Juca Chaves, o Menestrel maldito, o ideal.

Celebremos, o Príncipe está vivo ! Vivíssimo. Só nos resta esperar que ele honre sua família, seu nome, sua natural disposição sexual. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O QUE FAZER NA VIDA?

 COISAS BOAS!

Celebrar a vida com alegria e esperança,  absorver e por em prática boas idéias. Alegrar-se com  a poesia  viva de nosso saudoso Gonzaguinha que nos deu um fantástico testemunho, cantando:  " Viver! E não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz...". Ter a certeza de que o aprendizado arrasta-se por toda a nossa existência e, com um pouco de sorte, talvez, identificar o que realmente legitima a nossa passagem por onde quer que possamos ir. 

Assim, buscar e determinar algumas coisas que tornem a nossa caminhada mais rica, mais proveitosa é algo a por em prática. É lógico que não existe um padrão estático de mais valia. Não quando se fala em existência humana, com suas experiência e emoções; inclusive, e Graças a Deus, o ser humano não nasce com manual de instruções. 

Seríamos tremendamente chatos e monótonos se fôssemos iguais em nossa maneira de ser, pensar, agir e  reagir.  Cada ser humano possui uma maneira particular de atribuir ou não importância aos acontecimentos, aos fatos, aos lugares, as pessoas e, também, de manifestar-se.  

Desse modo acredito que alguns aspectos são relevantes e legítimos para compor a nossa bagagem terrena, embora percebidos, pensados e vivenciados de forma única, por cada indivíduo. Com certeza há muito o que ser resgatado e feito por cada um de nós. A exemplo:
  
RELEMBRAR -  Por mais simples que sejam as nossas lembranças, como extasiar-se revendo um lugar que não é mais o mesmo; ou uma praça onde brincamos enquanto crianças, aonde tivemos os nossos primeiros flertes e que, mesmo não mais guardando qualquer semelhança com a daquela época, nos leva de volta ao passado; é algo altamente significativo, parece traduzir as emoções anteriormente vividas. 

Olhar o jardim lembrando de imediato de um gesto, uma oferta, uma flor, uma declaração; observar e ver que um banco na praça faz ressurgir as moças namorando, os homens discutindo política; as  senhoras que, após a missa, rapidamente, repassavam as novidades e, os rapazes ,que trocavam suas impressões sobre as mais bonitas, as mais tímidas, as atiradas, enfim, sobre as moças.


A recordação solene da igreja, que nos parecia enorme, sempre cheia, onde as missas, as novenas, os casamentos, incitavam a nossa imaginação e nos causava, a um só tempo, sensações as mais controvertidas. Lembrar os Domingos onde acordávamos ansiosas e apressadas pois era dia de Missa. Dia de devoção e...novidades.

A escola com suas lembranças cheias de sonhos e decisões tomadas num dia e esquecidas no outro; a magia dos verdes anos, das conversas sobre os amigos, sobre moda, família; as saudáveis ambições que nos levavam a escolher, muito precocemente, o que gostaríamos de ser. A lembrança da vivência, saudável em cada etapa da vida, traduzindo-se em adultos em paz consigo mesmo e com os demais.

As imagens evocadas de reuniões familiares. Festas cujo prazer poderia ser dimensionado pelo rebuliço, pelos preparativos, pela emoção que invadia a todos. As crianças em polvorosa prevendo os docinhos, salgadinhos,  os refrigerantes e os presentes; os jovens preocupados com as roupas, com a presença ou ausência de alguém; os adultos, empenhados em realizar algo que fosse a um só tempo divertido e agradável a todos. Tudo significava alegria.

RIR  - O riso que ecoa enfeitando espaços, sinalizando felicidade.  Aquele que cresce dentro do peito, explode garganta a fora, sacode o corpo e nos causa uma tremenda sensação de bem estar.  O riso, o gargalhar, que embeleza o rosto, suaviza as linhas da face e que, fazendo parte da linguagem universal, privilégio da espécie humana...,  nos remete ao prazer, a alegria, a brincadeira, a troca calorosa de expressões de amizade. 

O riso, que é contido muitas vezes em razão de convenções sociais e que, uma vez liberado adquire uma força libertadora, catalisadora, capaz de tornar o nosso dia mais promissor. O riso contagiante, que embala as brincadeiras entre as crianças, aquece os lares, une os amantes, quebra a frieza e  o protocolo de ambientes , aparentemente,  devotados ao trabalho, a mesmice.  Saibam, ainda permanece a certeza de que "rir  é o melhor remédio". 

SONHAR.  Delicioso poder sonhar. Perder-se em quimeras, viajar sem sair de quatro paredes, se deixar levar pelo devaneio e ver, numa fração de segundos, o passado tornar-se presente, o presente se assenhorear de nossas vidas e, o futuro fazer-se tão próximo que quase conseguimos tocá-lo com as nossas mãos.

Imaginar-se no seu lugar preferido, sem nada para fazer, se deixar levar pela fantasia e, ter novamente consigo, pessoas queridas que já partiram deixando tantas recordações maravilhosas; a imagem de amigos queridos que estão longe, a lembrança de emoções vividas, a projeção de algo que você deseja, planeja, executa mil vezes em seu ideário. Sonhar é voar nas asas da fantasia sem limites de tempo, sem barreiras geográficas, sem censuras. É sentir-se livre.

FAZER AMIGOS. Tê-los, com certeza é um dos maiores tesouros que o ser humano pode possuir. Não falo daquele ou daquela que nos procuram quando estamos bem, quando nossas vidas caminham as mil maravilhas, nossa saúde está excelente, nossas finanças sem qualquer embaraço. 

Os amigos, que nos honram com sua  amizade, aproximam-se quando aquilo em que colocamos os nossos esforços não dá o resultado esperado; quando a saúde parece fraquejar e de repente alguém, em quem confiamos, nos diz ternamente: calma, vai passar. Esses surgem ao nosso lado, em silêncio, naquela hora triste  em que nos despedimos de alguém muito amado, esses simbolizam a verdadeira amizade, são jóias raras.

Esses amigos de que falo são aqueles mesmos que após anos e anos, nos reencontros, emocionam-se, demonstram seu carinho, sua preocupação em saber como estamos e como estão os nossos entes queridos; percebem, carinhosamente, que o tempo passou e só nos melhorou..., mesmo diante de tal incoerência, nos transmitem tanta  confiança, que só nos resta acreditar. 

Enternecer-se com a afeição, deliciar-se ante as recordações, as lembranças surpreendentes e nas quais cada um complementa a do outro, cada amigo citado traz de volta muitos outros, isso não tem preço e torna a nossa existência bem melhor, com qualidade.

APAIXONAR-SE. Sem a supressão dos sentidos que nos despersonaliza e nos torna escravos de uma fantasia. Mas e sim com emoção arrebatadora que fascina e nos leva a visualizar o objeto de nosso desejo de forma mítica, inigualável. A sensação gostosa, que desalinha pensamentos, acelera a pulsação, que nos faz desejar construir uma história, a nossa história, ao lado do outro e que, quando termina, deixa aquela doce lembrança, recorrente, até que chegue um novo amor.

E a nova paixão, como será? O que acrescentará ao nosso coração carente, sonhador? Pouco importa. Apaixonar-se, ter a sensação de que ama de forma absoluta, incondicional, se deixar levar por um novo sentimento, tão nosso conhecido; sentir de novo e imaginar “nova” a paixão;  fazê-la única à semelhança do sol que a cada dia “nasce novo em cada amanhecer”; tornar inesquecível um abraço que, o tempo inexoravelmente corroerá, pensando em ser único aquele amor porque atual e, mais tarde, lembrar que, em matéria de paixão, algumas coisas jamais mudam. 

Apaixonar-se é essencial, dedicar-se com intensidade  a aquilo a que nos propomos realizar; defender ardorosamente aquilo em que acreditamos; sermos apaixonados e vivermos apaixonadamente,  bem que vale a pena, até porquê já sabemos, graças a Roberto Freire que: “Sem tesão, não há solução”, isso para os que “sentem desejo pela alegria, beleza pelo desejo e alegria pela beleza”.

AMAR – Ah o amor. Aquele que é realmente incondicional e que nutrimos por tudo que nos é caro. Nossos filhos, nossos pais, nossos irmãos, parentes e amigos, nos enche de bons sentimentos, bons propósitos e atitudes. O amor  por nossos "companheiros"que nos leva a comportamentos  inusitados, a renúncias sequer cogitadas, a sacrifícios nunca pensados e que nos flagra falando ininterruptamente sobre a mesma criatura. O amor harmoniza as pessoas torna-as melhores, mais felizes. 


Esse sentimento gratificante que desconhece padrões sociais, sexo, cor, idade, tem por tônica a capacidade do ser humano de se doar, de se deixar invadir pela presença do outro, tecendo elos invisíveis que os une.

O amor que nos faz sentir necessidade de dar carinho, de agradecer a Deus pelas dádivas diárias, remove montanhas e coloca o riso em nosso rosto ainda que haja motivos para não fazê-lo. O amor que nos trouxe ao mundo, que nos leva, permanentemente, a tentar melhorá-lo. O amor que nos faz ver a beleza das flores, do mar, da música, do canto dos pássaros, do amanhecer, do crepúsculo, do orvalho, da chuva, da poesia. O amor que deu a nós, mulheres, a condição de ser mães e que nos deu Maria por nossa mãe e , ainda, a cada uma de nós, uma mãe para nos ensinar, fundamentalmente,  a amar.

CRER – A crença, para a qual direcionamos a nossa atenção, os nossos mais transformadores esforços e que pode ser exercida em relação a nós mesmos ou enfocando o Divino. A fé que cada um tem em si mesmo é a confiança, materializada em  atitudes, é a crença em nosso potencial, na nossa capacidade de conquistar aquilo que desejamos,  de realizar sonhos e desejos, essa é a fé que nos faz acreditar que  seremos vitoriosos, quer  individual ou  socialmente, como profissional ou como cidadão, como homens e mulheres motivados ao progresso,  ao sucesso.  

A Fé divina, é aquela que nos  revigora, eleva, enche de paz,  nos irmana  como membros de uma só família. É o exercício continuado que impulsiona a sermos melhores, a olhar o outro com mais cuidado, a tentar ver, em cada um,  o nosso próximo mas, tão próximo,  que só nos inspire amor. 

A fé que nos leva a dependência do amor de Deus é a fé divina. É a certeza de que nunca estamos sós e que, nos momentos mais difíceis de nossa vidas, estaremos sob a proteção de um Ser Superior a nos inspirar na superação de todas as dificuldades. É o aflorar da espiritualidade que independentemente do credo, traz consigo conscientização, humanização, harmonia, amor.

RESPEITAR - Ter respeito à vida, às pessoas, às diferenças, às crenças, às opções . É possível que o respeito seja um dos maiores valores da humanidade e que ratifique a muitos outros. O mundo atual com sua costumeira pressa, por vezes põe em prática atos de desrespeito que, inevitavelmente, resultam em desequilíbrio social. Todavia, ter respeito é portar-se com ética, é contribuir para que haja compreensão entre posições divergentes de modo que não ocorra  imposições geradoras de insatisfações.


Lembrar, sempre, que nenhum de nós é o dono ou dona da verdade é um excelente começo para exercitar o respeito ao próximo. Conviver com o diferente sem alardes, críticas, repudio; fixar em nossas mentes que, embora não possa falar sobre nossa maneira de ser, as crianças em tenra idade, os animais, os muito idosos,  são dignos e merecedores de nosso respeito e que, a discriminação, os maus tratos, as punições, são aspectos que denigrem, envergonham e brutalizam a convivência humana.

Assim, a capacidade de rever pessoas e fatos, de relembrar situações de grande emoções e ou mesmo corriqueiras que tomam uma conotação diferente com o passar dos anos, a possibilidade de externar a alegria através do riso, de abraçar fortemente aos entes queridos e amigos, o viver amores e paixões, o manter inabalável a fé o respeito a humanidade ....essas coisas com toda certeza dão qualidade, marcam a vida tornando-a digna de ser vivida.