Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A FESTA DO ESPÍRITO SANTO

PENTECOSTES –

É Bíblica a origem da festa de Pentecostes ou Festa da Messe. Até mesmo anteriormente à condição de festa cristã. Essa era uma tradição Judaica, com simbologia ligada à agricultura e com denominação diversas.

Assim, no Livro do Êxodo referente às Leis acerca das festas religiosas, capítulo 23, versículos 14 a 16,  é chamada de festa da Colheita, a festa dos primeiros feixes de trigo colhidos. 


Ainda, em Êxodo, desta feita no capítulo 34 em seu versículo 22, é designada de festa das Semanas. Tal nominação é explicada no Levítico, capítulo 23, versículos 15 a 21, que inicia com a determinação da contagem de sete semanas completas, calculando-se cinquenta dias até o dia seguinte ao sétimo sábado, para que fosse apresentada uma nova oferta ao Senhor, delineando-se, nos versículos subsequentes, toda uma ritualística para reconhecimento do que se afigurava como uma Lei perpétua .

No mundo Hebraico da época de Jesus Cristo a solenidade de Pentecostes acontecia cinquenta dias depois da Páscoa, fazendo memória do dia em que Moisés recebeu de DEUS, no Monte Sinai, as tábuas da Lei, fato que se estendeu à civilização cristã como os Dez Mandamentos.  O passar dos tempos fez com que a festa perdesse seu elo, sua vinculação com a realidade agrícola, passando a ser denominada com o vocábulo grego Pentecostes, assumindo uma condição de  festa cívico-religiosa.

Originado na Grécia o termo Pentecostes, é grafado em grego antigo como πεντηκοστή , significando "o quinquagésimo dia". Constitui-se numa das comemorações mais importantes do Calendário Eclesiástico, porquanto celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. Juntamente com o Natal e, a Páscoa, configura a base, tríplice, mais importante do chamado Ano Litúrgico.


O Dia de Pentecostes é festejado, pela cristandade, cinquenta dias após o Domingo de Páscoa, que vem a ser o décimo dia subsequente ao dia da Ascensão de Jesus Cristo

Para os católicos a festa de Pentecostes fecha um ciclo iniciado com o Natal quando se comemora o nascimento do menino Jesus; seguido da Páscoa, que revela e confirma o Verbo Encarnado, o Deus Homem, o ministério terreno do Deus Criador - consumado através do Cordeiro e de sua missão salvadora -; finalmente,  a festividade de Pentecostes que significa o batismo no Espírito Santo.


Pormenorizar essa sequência permite uma melhor compreensão da Festa de Pentecostes como uma das três que faz o Ciclo da Páscoa.

Nos Atos dos Apóstolos, há a coincidência da descida do Paráclito* do Senhor com a festa judaica de Pentecostes (*Paráclito = paracleto = Espírito Santo). Considerando a associação ao fogo, que é um dos símbolos do amor, elegeu-se o vermelho como tom dominante nas vestes sacerdotais e paramentos para a celebração Pentecostal.  Espírito Santo ou Espírito de Amor são usados como sinônimos entre os católicos.  

 Seguindo uma interpretação literal do relato fático, os católicos são levados a entender que o Espírito Santo “desceu” sob os Doze apóstolos, que os receberam.


Todavia, diante do encadeamento que nos é mostrado na Bíblia, inclusive, durante a vida pública de Jesus, bem como nas mensagens dos evangelistas e na própria exposição do ocorrido no cenáculo, podemos concluir de forma extensiva, que o Pentecostes aconteceu para muitos. 

A Bíblia descreve o evento de Pentecostes no Livro Atos dos Apóstolos, em seu capítulo 2, versículos de 1-11. Também o faz, de forma diversa a ali colocada por Lucas, em Mateus 28 -16 a 20 e no Evangelho de São João, 20:22. Há quem diga ter havido dois Pentecostes. Um prefacial, narrado pelo evangelista acima, segundo o qual Jesus soprou sobre os Apóstolos exclamando: “recebei o Espírito Santo”, por ocasião da Páscoa, no cenáculo, logo após a Ressurreição.

A Igreja já registrou a duplicidade de transcrições sobre a vinda do Espírito Santo. O Doutor da Igreja, Santo Agostinho, referindo-se ao acontecimento narrado por João o vê como prenúncio, como uma dádiva adstrita aos Apóstolos e o Pentecostes, após a Ascensão de Jesus, como algo universal, para todos.

Os Evangelistas imaginam e discorrem de forma diferente o que seria dom do Espírito Santo. A diversidade Teológica, sob  o domínio de dois pontos de vista diferentes, também aponta  dois vértices que fundamentam a inquietação de cada um dos expositores. Desse modo, há a confirmação de que em dois momentos diferentes os Apóstolos foram “tocados” pelo Espírito Santo, tal constatação apenas enriquece o Batismo pelo Paráclito.

Como ponto fundamental há o mesmo fato da história da salvação, isto é, o derramamento do Espírito Santo tornado crível para cumprimento das Sagradas Escrituras com a Ressurreição de Cristo. Com os relatos das duas passagens se conclui pelo acontecimento da renovação espiritual e da santificação. Pode-se dizer que na descrição de S. Lucas há um realce para a dimensão carismática  do batismo do Espírito Santo enquanto que para S. João há vivificação. 

São recorrentes as citações sobre Pentecostes, assim vamos conferir o Batismo pelo  Espírito Santo no batismo da Samaria, Act 8,17; no batismo de Cornélio, Act 10,44-46; no batismo de Éfeso, Act 19,6.


Todavia a exposição de Lucas, antecedendo o Espírito, é algo marcante, senão vejamos: num primeiro momento há a afirmação da volta dos apóstolos para Jerusalém, uma vez que aqueles  estavam no monte das Oliveiras, próximo de Jerusalém: uma caminhada de sábado, qual seja: a distância que os judeus podiam percorrer num dia de sábado, sem violar a lei do repouso, foi reduzida pelo costume a uns 1000 metros. "Entraram no cenáculo e subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. 


Eram eles: Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tome, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelote e Judas, filho de Tiago. Chegando o dia de Pentecostes, tendo havido a substituição de Judas por Matias, Lucas afirma que " estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse  um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e repousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (2,1-4).


Ainda,    o relato  dos     versículos    de    5 a 12,  demonstra   o recebimento      do dom do Espírito Santo por Galileus, Partos, Medas, Elamitas, habitantes da Judéia, Mesopotâmia, Judéia, Capadócia e Ponto na Ásia.  Na fala depois de terem recebido o Espírito Santo, Pedro cita o profeta Joel, que previa a efusão do Espírito sobre todas as pessoas: Nos últimos dias, diz o Senhor, eu derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e filhas de vocês vão profetizar, os jovens terão visões e os anciãos terão sonhos. E, naqueles dias, derramarei o meu Espírito também sobre meus servos e servas, e eles profetizarão" (2,17-18; veja Joel 3,1-5). 

Não se deve, consequentemente, asseverar que exclusivamente os Doze Apóstolos é que receberam o Espírito Santo.


Percebe-se em 1 Coríntios 12-14 que o fenômeno de falar em línguas diferentes ocorria em Corinto, onde às comunidades cristãs se reuniam para orar em línguas diversas, como um hábito sem que tal fato se relacionasse a Pentecostes. Foi Paulo quem determinou que cada um dos que oravam em língua estranha o fizesse em separado e com interprete. Os primeiros Cristãos e muitos ainda hoje, entendem Pentecostes como o Dom de Falar em línguas, supervalorizando-o.


Entre todas as direções que venham a ser seguidas, nenhuma esclarece mais do que nos faz Paulo, quando nos demonstra que - O AMOR É O DOM SUPREMO (Coríntios I, cap. 13; vers. 1 a 13), conforme se transcreve:

"E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente.

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.

E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se recente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e em parte, profetizamos.

Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é parte será aniquilado. 



Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.


Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente, então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

Que possamos comemora o Pentecostes fazendo aquilo que é agradável aos olhos de DEUS, que nos amemos como ELE nos amou.

PARA TODOS UM DIA SANTO, DEDICADO AO ESPÍRITO CONSOLADOR.



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